O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, cortou nesta terça-feira (03/03) a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual para tentar conter a desaceleração da economia por causa do coronavírus. Há um temor de recessão generalizada no mundo. Os juros baixaram de 1,50% e 1,75% para 1% e 1,25% ao ano.
O anúncio do Fed veio depois de uma reunião dos ministros de Finanças e de presidentes de bancos centrais do G7, grupo que reúne as sete economias mais industrializadas do mundo. O Fundo Monetário Internacional (FMI e o Banco Mundial dizem que estão prontos para ajudar os países atingidos pela epidemia do coronavírus a lidar com esse “desafio”.
A expectativa é de que os principais banco centrais do mundo sigam na direção do Federal Reserve, dados os sinais que a economia mundial está se desacelerando muito rápido. Os indicadores da indústria de vários países, sobretudo da China, onde começou a propagação do novo coronavírus, mostraram um baque na produção.
BC do Brasil
A grande pergunta é se o Banco Central brasileiro acompanhará o Fed. Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC deixou claro que o processo de corte de juros havia chegado ao fim. A taxa básica (Selic) está em 4,25% ao ano, o menor nível da história.
Antes da decisão do Fed, 40% dos analistas de mercado já apostavam que o BC brasileiro voltaria a cortar os juros na reunião deste mês. Agora, é possível que essa aposta passe a ser majoritária, uma vez que a economia brasileira está sendo vítima da desaceleração mundial.
Na verdade, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vem perdendo força desde o fim de 2019. Inclusive, o mercado está de olho no resultado do PIB do último trimestre do ano passado, que sairá nesta quarta-feira (04/03). Para 2020, as previsões de crescimento começaram entre 2,5% e 3%, agora, já se fala em algo entre 1,4% e 2%, na melhor das hipóteses.
Brasília, 11h52min