ANTONIO TEMÓTEO
Além de reafirmar a perspectiva de um novo corte de juros de 0,25 ponto percentual na reunião marcada para 15 e 16 de maio, o que levaria a taxa para 6,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou, de maneira clara, na ata do último encontro, que o crescimento econômico está aquém do esperado.
O recado pode levar o mercado a revisar as projeções para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e jogar um banho de água fria nos mais otimistas que esperavam uma alta superior a 3%. Ficou claro que esse patamar passa a ser o teto das expectativas.
A sinalização foi clara. “Os membros do Comitê debateram a evolução da atividade econômica à luz das informações disponíveis. Um membro mencionou sinais de pequeno arrefecimento, na margem, no processo de recuperação do crescimento econômico, mas outros ponderaram que essas oscilações são naturais no atual estágio do processo. Todos concluíram que a recuperação da economia apresenta consistência”, afirmaram.
Assim como o mercado e o próprio Banco Central (BC) têm errado nas projeções para a inflação, que tem surpreendido positivamente, as estimativas para o PIB também podem estar equivocadas. Vale lembrar que boa parte dos empresários está em compasso de espera para saber quem será o próximo presidente da República.
Não está claro se o processo de ajustes e reformas para reequilibrar as contas públicas e melhorar o ambiente de negócios prosseguirá no próximo governo. Enquanto isso não ficar claro, não haverá crescimento robusto.