Às vésperas do Black Friday, comércio sofre com falhas na compensação do BC

Publicado em Economia

Representantes do comércio protocolaram reclamação junto ao Banco Central por falhas no sistema de compensações de cartões de crédito e de débito. Os lojistas não estão recebendo os valores a que têm direito, criando um desconforto enorme às vésperas do Black Friday, quando as vendas batem recorde.

 

No documento encaminhado a Flávio Tulio Vilela, do BC, a União Nacional das Entidades de Comércio e Serviços (Unescs), formada pela Abras, Abrasel, Abad, Anamaco, Alshop, CNDL e CACB, informa que os transtornos para o varejo se tornaram frequentes nas últimas duas semanas.

 

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Desde 13 de novembro, os créditos referentes a operações com cartões não vêm sendo feitos nas contas dos comerciantes. Segundo a Unescs, as empresas de varejo procuraram as credenciadoras de cartões, que reportaram problemas nos bancos. As instituições financeiras relataram dificuldades sistêmicos para processar o comando de pagamento e para disponibilizar os valores devidos nas contas dos estabelecimentos comerciais.

 

Câmara de liquidação

 

Os representantes do comércio reclamam, porém, que os bancos não vêm repassando, de forma adequada e transparente, a real situação. Também não estão dando previsibilidade para uma solução dos problemas e para o repasse de dinheiro aos lojistas. Os problemas começaram, segundo Honório Pinheiro, presidente da Unescs, coincidentemente, com o início da liquidação centralizada operacionalizada pela Câmara Interbancária de Pagamento (CIP), de responsabilidade do BC.

 

“É importante ressaltar que a indisponibilidade do recurso financeiro é um problema da maior magnitude. Não se trata de mero transtorno. Para diversos estabelecimentos comerciais, essa condição coloca em risco sua continuidade operacional, situação que se agrava no período mais esperado pelo varejo, como as datas de Black Friday e os períodos festivos de final de ano, como o Natal”, afirma Pinheiro.

 

Para os comerciantes, diante da urgência da situação, é preciso que o assunto seja tratado com o máximo de transparência e de urgência, especialmente pelo BC, cujo compromisso é de desenvolver e aprimorar as práticas da indústria de meios de pagamentos.

 

Brasília, 11h15min