Artigo: Casa dividida, dificuldade bélica

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Por LUIZ RECENA GRASSI, de Portugal

Um reveillón de doidos para os analistas civis e militares. Aqueles porque sabem pouco e estes porque sabem muito e não conseguem os explicar detalhes de uma guerra que já dura mais de dez meses. A situação ficou tão paradoxal que, agora, se trata de quem dos belicosos está mais atrasado na corrida dos armamentos para a Primavera, na preparação das tropas e no encaixe de dinheiro nos cofres de cada um. A CNN, a serviço do Departamento de Estado, garante os detalhes de guerra e que tudo está a favor da Ucrânia.

Os analistas militares, mais sóbrios, lembram que tudo é maior e mais forte na Rússia: número de drones, mísseis e agora de tanques; sem falar de dinheiro e de novos aliados, bem como apoios tipo a China. Na verdade, os ingleses e yanques garantiram linhas de defesa da Ucrânia muito bem organizadas, embora exista um vai e volta entre os guerreiros. A Ucrânia temia novos ataques em 2022 e no começo do ano de 2023. Mas os ucranianos por hora aguentam, dizem os londrinos.

Os russos devem atacar com toda a força ou parecerão fracos. É isso que quer a Europa e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), além de outros bem conhecidos. Os russos atacarão portanto, resta saber data, onde e quando. A Ucrânia está enfraquecida, dizem outros. Armas escasseiam e é difícil repará-las em outros países, como a Polônia. As forças ucranianas podem estar debilitadas, resta saber o tamanho dessa debilidade. De novo há muita especulação. A Ucrânia terá dificuldades de produzir armas, principalmente drones e mísseis. Os russos querem armamento mais novo e moderno no terreno, além de nova movimentação de qualidade de soldados em maior número no ataque na defesa.

Chineses mostram-se alinhados com a Rússia e com seus propósitos, sem nenhum tipo de movimentação bélica. Ao contrário de escaramuças, de falsos conceitos, cinismo; as duas casas, uma russa outra ucraniana e a sua correspondente metáfora fazem sentido: Eles brigam, se separam e ao fim vão procurar aliados para brigar com o vizinho. Passam longos períodos nessa busca. Até encontrar um amigo para chamar de seu. Essa metáfora já fez correr muito sangue, muito ódio e bombas. Só não se ouve falar em paz. O que se teve esta semana não passa de argumento falso. De yanques, ingleses, OTAN e dos 27 da União Europeia. Tudo se mantém no mesmo nível de argumentação. Falsa. Só o blefe se mantém.

O CORREIO SABE PORQUE VIU

Estava lá. Entre uma casa simples e outra cheia de pessoas, a segunda hipótese foi preferida bom tempo pelo governo. Isso o que vi acontecer. Repetir-se. Acontecer em nova e distintas memórias. Um quadro triste para governo sem projeto de melhoria. O governo continuou assim, nem casas conseguiu para todos. Falava-se a propósito de Putin, representante dessa casta, de um regime que não vingou.

Reinavam os bolcheviques. Começavam as mudanças e o que veio depois, de errado, não foi obra do povão. Nem de sua responsabilidade. No fim do século XX, ainda havia casas divididas entre solteiros e famílias. No bairro Dínamo, zona central da cidade. Um retrato nada animador. Ao contrário, um momento ausente de muitas melhorias, de um bolchevismo sem projeto.

O tema continuou e conversas voaram para bem longe de Moscou, com os bolcheviques e seus momentos de fracasso. Mais longe dali, na Sibéria extrema, ainda neste ano de 2022, pessoas fazem necessidades em latrinas friorentas ao extremo. O produto intestinal congelava. Em 40 dias, o povo trabalhador ia embora. Regime assim não pode dar certo. Só à base de guerras. É o que ocorre.

Vicente Nunes