Artigo: Bons fados para um vinho verde

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Por LUIZ RECENA GRASSI, de Portugal

Os ucranianos são guerreiros e, com mísseis e tanques, não se entregam fácil. Com armas modernas, recebem apoio robusto. Os russos são igualmente guerreiros e avisaram, depois das ameaças da Ucrânia: vão sufocar batalhões de Kiev. Tanques russos cobrem tudo, e tudo fazem para bater as forças da Ucrânia. Não são só tanques, estão acompanhados por aviões, mísseis, drones. E soldados e mais soldados.

Está difícil a situação ucraniana, o quadro geral é ruim, de medo e enorme dificuldade. Com escassez de tudo, de armas a comida. E não adianta adquirir carros de combate. Do lado da aliança aliada, só promessas e datas distantes a serem cumpridas. Promessas não se concretizam enquanto os russos, cada vez mais organizados e melhor armados, seguem nas operações de guerra pesada.

Bombardeios se sucedem e o grupo Wagner cresce seu poder de fogo, bem como cidades médias e pequenas apanham dos ucranianos. Europeus fazem tudo para apoiar a Ucrânia. Crescem os países dispostos a fazer o melhor possível. Agora, já são 12, ainda fracos os que operam pró-Kiev. Mas as coisas se complicam para o lado ucraniano. Não! Disse Joe Biden ao negar o envio de aviões à Ucrânia e reduz a expectativa de França e Holanda na mesma linha.

A Ucrânia quer entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). De alguma forma, quer. OK. A liderança da União Europeia diz que sim. Ursula Van der Leyen, categórica, diz daqui há 20 anos… As notícias diferentes vêm da Alemanha. Olaf Palm quer abrir e manter linha de negociação com a Rússia. Russos e americanos, mesmo nas dificuldades, igualmente querem paz.

O Brasil entrou na roda. Informa que não vai mandar munições para a Ucrânia. “Somos um país pacífico”, disse Lula. Ninguém quer a expansão do conflito, reforça Putin, principalmente com Otan ou Estados Unidos. Alguma notícia boa, inclusive Portugal, sobre vinho verde, que duplicou a exportação da Rússia para os lusos. A guerra melhora seus quadros, ainda sem sinais de paz. Sobrou a China. Neste momento a sofrer situações duras e de guerra.

Os americanos, primeiro, acusaram os chineses de fazer balões voar como se o céu fosse um avião. Ao final, bateram. Os ianques derrubaram um balão, que estava muito alto e poucos sabiam onde andava. Entre esses, a defesa e contra espionagem dos EUA. Os chineses reclamam o abate e garantem retaliação. Enquanto isso, há novidades isoladas, o início dos treinos entre Ucrânia e Polônia. E apoio de outros países.

Os ucranianos garantem o ingresso nas redes combate. O que também também demora. Então, Vladimir Putin e Moscou empurram a Ucrânia ainda mais para dentro. É o medo do 24 de fevereiro, quando o conflito chega a um ano de duração, de bombardeios e muito sangue. O resto é o silêncio que precede a tempestade.

CORREIO SABE PORQUE VIU

Estava lá. A jornada de trabalho normal da agência de notícias era dois dias de manhã e dois a tarde. Ao explicar que jornalistas na maioria do mundo trabalhavam todos os dias, fui apresentado à teoria do pleno emprego: outros meios dias eram para outros trabalhadores da agência. Economia política, mais valia. Nikitin, Entendi tudo.

No segundo mês ganhei bônus… de produtividade! Pelo trabalho coletivo! Nada mais perguntei. Nesta época, o metrô custava cinco kopeks (centavos), tarifa de quase 40 anos. Com quatro milhões de passageiros/dia, não pagava a operação. Economia planejada, discurso ainda mais: transporte público não é para produzir lucro, é para transportar trabalhador.

Um bilhete mensal custava seis rublos. Valia para metrô, ônibus, tróleibus, bonde, tudo sem limite de viagens. Quando amigos e colegas viram meu cartão, me gozaram o possível. Por fim, o veredito: fui acusado de grave desvio capitalista. Vi, então, mais um pouco da economia socialista, formas de plantio e colheita. Bom, eram os primeiros dias, as loucuras primeiras que assistia. A nação e o país não percebia.

Vicente Nunes