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Arthur Lira promete votar projeto de urgência para privatização dos Correios

Publicado em Economia

Como forma de mostrar alinhamento com o governo, depois de os parlamentares serem agraciados com bilhões de reais para emendas ao Orçamento deste ano, o presidente da Câmara, Arthur Lira promete votar, ainda nesta terça-feira (20/04), em regime de urgência, o projeto que trata da privatização dos Correios.

 

Trata-se de um agrado e tanto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que saiu derrotado no embate em torno do Orçamento de 2021, pois teve de engolir um orçamento paralelo de mais de R$ 125 bilhões. Guedes precisa tirar do papel a privatização de algumas estatais — promessa que ainda não conseguiu cumprir. E nada como começar pelos Correios.

 

Lira e Guedes ficaram em pé de guerra por causa do Orçamento de 2021. Mas, como prevaleceu a vontade do Congresso, de mais gastos com obras, o presidente da Câmara, agora, quer dar um sinal de trégua, ainda que por curto prazo. No que depender de Lira, o ministro da Economia pode pegar o chapéu e deixar o governo.

 

A oposição promete botar água no chope que Lira preparou para servir a Guedes, ao tentar obstruir os trabalhos. Não será tarefa fácil, pois os parlamentar da base do governo estão agradecidos pelos recursos que vão garantir obras em seus redutos eleitorais em 2022, quando tentarão a reeleição.

 

Para o vice-líder do PT, deputado Zé Neto (BA), o momento não é de o Congresso se debruçar sobre o programa de privação, mas, sim, de encontrar medidas que ampliem a oferta de vacinas contra a covid-19 para a população. O Brasil já superou os Estados Unidos em número de mortes por milhão de habitantes.

 

No entender do deputado, “o governo Bolsonaro anda na contramão do mundo — principalmente dos países mais ricos — ao priorizar o desmonte de estruturas públicas ao invés de fortalecer a presença do Estado na indução do desenvolvimento”.

 

O parlamentar ressalta, ainda, que “o mais recente exemplo dessa política atrasada é a proposta de privatização dos Correios, serviço que, em outras grandes nações, está sob controle do Estado”. Ele diza que, “os 20 países com maior território, o serviço postal é prestado por uma organização pública”.

 

Zé Neto lembra que, em Portugal, após a privatização do sistema postal, os preços subiram muito e o atendimento piorou. “Só lucraram mesmo os rentistas que participaram do leilão. Agora, a população vai às ruas para pedir a reestatização da empresa”, afirma.

 

Brasília, 12h18min