Arrogância do cerimonial do Palácio do Planalto, parte 2

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Não faltam relatos sobre a arrogância e a má educação do cerimonial do Palácio do Planalto, comandado pelo embaixador Pompeu Andreucci Neto, tendo como sub Mauro Furlan.

Um funcionário ligado à Presidência da República conta um fato ocorrido em agosto deste ano, no dia em que o Michel Temer anunciou a liberação de R$ 15,9 bilhões do PIS e do Pasep para idosos.

O roteiro previsto para o anúncio era o seguinte: primeiro, falaria o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro. Em seguida, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. O presidente faria o encerramento.

Como a medida do PIS/Pasep havia sido concluída em cima da hora, a apresentação do Dyogo atrasou. O ministro e um assessor chegaram ao Planalto faltando cerca de 10 minutos para a cerimônia começar. O assessor de Dyogo chegou perto do funcionário que estava cuidando do computador para entregar a apresentação do ministro, mas foi duramente reempreendido por Pompeu.

O chefe do cerimonial perguntou, asperamente: “O que é isso?”. O assessor de Dyogo respondeu: “A apresentação do ministro”. Pompeu retrucou: “Você  não vai poder botar esse pendrive no computador”. O assessor rebateu; “Não só posso, como vou, embaixador”. O chefe do cerimonial gritou “Você acha que manda aqui?. O assessor retrucou: “Não mando e o senhor está sendo inconveniente. Isso é a apresentação do ministro Dyogo, na qual ele vai anunciar uma medida importante para o governo”. Pompeu frisou: “Mas não vai apresentar”. E saiu do local.

Minutos depois, apareceu o sub do cerimonial, Mauro Furlan, que questionou o assessor. A resposta do auxiliar de Dyogo foi a mesma: “Isso é apresentação do ministro”. Furlan deu as costas e deixou o salão onde ocorria o evento. Nervoso, Pompeu retornou ao local e repetiu: “Vocês acham que mandam aqui? Isso é a casa do presidente, e ele é quem manda”. O assessor, então, disparou “Pode ser a casa do presidente, mas o senhor é mal educado. E vou colocar a apresentação do ministro no computado”. Pompeu, sem palavras, deu as costas e falou: “Pode colocar”.

Brasília, 15h21min

Vicente Nunes