Essa é a pior classificação do Brasil desde 2004, quando o país também estava no 13º lugar do ranking elaborado com estimativas preliminares da Austin e com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Antes da pandemia, em 2019, o Brasil estava em 9º lugar. Para 2022, ele prevê o PIB brasileiro recuperando alguns degraus e ficando em 11º lugar no ranking se o país crescer 0,3%.
O economista-chefe da Austin, Alex Agostini, esperava alta de 4,3% do PIB no ano passado e reconheceu que houve “uma surpresa positiva com a taxa maior de crescimento”. O dado, contudo, ficou abaixo da previsão de alta de 5,1% esperada pelo Ministério da Economia.
Conforme os cálculos da Austin, em dólares, o PIB brasileiro somou US$ 1,608 trilhão em 2021. Esse dado equivale a 7% do PIB do líder do ranking, os Estados Unidos, no ano passado, de US$ 22,880 trilhões. China, em segundo lugar, registrou um PIB de US$ 17,515 Na trilhões. Na sequência, Japão, com PIB de US$ 4,962 trilhões; e Alemanha, com PIB de US$ 4,183 trilhões.
Abaixo da média
O crescimento do PIB brasileiro de 2021 ficou abaixo da média geral dos 34 países pesquisados contabilizada pela Austin, de 5,7%, De acordo com Alex Agostini, com o resultado de 2021, a média de crescimento médio do Brasil na última década foi de apenas 0,4%. “O Brasil cresce três vezes menos do que a média dos países desenvolvidos. Esse crescimento baixo deve-se, historicamente, a problemas internos e à má gestão pública. Não dá para colocar a culpa apenas na pandemia”, frisou.
A alta de 4,6% do PIB contabilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deixou o Brasil ficou em 15º lugar em um ranking de 34 países que divulgaram os resultados das contas nacionais, conforme o levantamento da Austin.
Nessa modalidade, o Peru liderou a listagem com salto de 13,3% no PIB do ano passado. A Turquia, na segunda posição, registrou alta de 11% do PIB, seguida por Colômbia com avanço de 10,7%.
Na avaliação de Agostini, o resultado do PIB de 2021 acabou ficando melhor do que o esperado e a principal surpresa ocorreu com os investimentos, que avançaram 0,4% no último trimestre e saltaram 17,2% no acumulado do ano, somando R$ 1,7 trilhão.
“O investimento caiu muito em 2020 e deu sinais de recuperação, mas sabemos que, neste ano, esse bom desempenho não deve se repetir, porque o PIB não deve crescer muito em 2022”, alertou o economista, que prevê avanço de apenas 0,3% no PIB deste ano. “Se o Brasil crescer 0,3%, o país vai ficar na rabeira do ranking global. Vamos ter menos tração na economia por conta dos juros altos e da inflação elevada que devem corroer os salários e, com isso, travar o consumo das famílias”, alertou ele, citando um dos mais importantes motores dos PIB.
Ajuda da vacinação
O analista ressaltou que o crescimento do PIB brasileiro no ano passado se deve, em grande parte, ao avanço da vacinação. “Ficou evidente que a vacinação contribuiu para o avanço do PIB em serviços, que representam dois terços do PIB e foi o segmento mais afetado pela pandemia”, reforçou.
Agostini demonstrou preocupação com a questão fiscal, apesar de a equipe econômica insistir que o compromisso da equipe econômica de que a consolidação fiscal está em curso. “Apesar da melhora no quadro fiscal em 2021, como este ano é um ano eleitoral, as incertezas em relação ao equilíbrio das contas públicas é um dos fatores que podem atrapalhar o crescimento, porque percebemos um ambiente fiscal mais fragilizado”, alertou.
Veja abaixo as estimativas da Austin para o ranking, com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).