A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a importação de uma série de medicamentos por suspeita de falsificação. O órgão tomou tal atitude para proteger os consumidores. Os medicamentos fraudados, todos de alto custo, que resultam em lucros exorbitantes, têm origem na Turquia.
Segundo a Anvisa, em 2018 foram identificadas três falsificações de medicamentos. Em 2019, quatro, e, em 2020, até junho, 16 casos. A partir das investigações, constatou-se que a maioria envolve medicamentos de alto custo. “Ações de fiscalização mostram que quadrilhas estão se especializando nesses medicamentos, uma vez que possuem uso mais restrito, portanto, poucos frascos podem render muito lucro e a falsificação pode se tornar de difícil percepção”, frisa.
“A Anvisa alerta aos pacientes, profissionais, planos e serviços de saúde, bem como empresas envolvidas direta ou indiretamente na importação de medicamentos, sobre a publicação da Resolução-RE Nº 3.497, de 4 de setembro de 2020, que suspendeu a importação de quaisquer medicamentos provenientes das empresas Ankara Turkeli Ecza Deposu LTD.STI, Poros Pharma e Karen Ilac Ecza Deposu Ithalat Ihracat A.S, independentemente da modalidade de importação”, diz a agência em nota.
Segundo a Anvisa, “tal medida foi necessária, pois foram identificados em circulação no país lotes falsificados dos medicamentos Soliris, Defibrotide e Harvoni, cujas investigações concluíram serem originados dessas empresas, sediadas na Turquia.
O órgão regulador ressalta, ainda, que permanece em contato com as autoridades regulatórias dos países envolvidos nos casos de falsificação. “No entanto, por causa das poucas informações conseguidas até o momento em relação a essas três empresas, decidiu-se suspender as importações de quaisquer medicamentos com essa origem, de forma preventiva e visando proteger a saúde da população”, acrescenta.
Aviso para quem faz tratamento
Para a Anvisa, enquanto não forem obtidas novas informações que permitam identificar que as empresas turcas tenham tomado todas as ações cabíveis para impedir a venda e exportação de novas unidades fraudulentas, as portas do Brasil estarão fechadas para elas.
“Orientamos ainda a todos que tenham compras internacionais de medicamentos em andamento que verifiquem com os responsáveis pelo processo de importação a origem dos medicamentos, evitando a aquisição de unidades diretamente dessas empresas ou que tenham sido fornecidas a exportadores terceiros por estas”, explica.
Esse alerta é importante, de acordo com a Anvisa, para não prejudicar os tratamentos em andamento ou que serão iniciados, pois os medicamentos advindos dessas empresas serão barradas no momento do desembaraço aduaneiro.
Brasília, 19h31min