Os brasileiros não têm sossego quando o assunto é inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) registrou alta de 0,52% em julho, disparando em relação ao mês anterior, quando ficou em 0,35%. Os alimentos, com alta de 1,32%, foram os grandes vilões, respondendo por mais da metade do indicador, 0,34 ponto percentual.
No acumulado do ano, o IPCA aponta alta de 4,96%, já acima do centro da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central. Em 12 meses, o custo de vida subiu 8,74%. Segundo os especialista, o índice de julho ficou acima do esperado, devido, sobretudo, aos alimentos. A média das projeções apontava para inflação de 0,45%.
Boa parte dos especialistas e a equipe econômica acreditam que, a partir de agora, os preços dos alimentos tendem a dar um refresco para os consumidores. Mas, na visão de Carlos Thadeu Filho, sócio da consultoria MacroAgro, ainda é cedo para se falar em alívio. Ele, particularmente, acredita que os reajustes de alimentos tendem a manter pressão sobre a inflação.
Thadeu diz que a inflação de 2017, para a qual o Banco Central está olhando, não convergirá tão facilmente para o centro da meta, como prevê a autoridade monetária. Pelos cálculos dele, o IPCA do ano que vem ficará entre 5,8% e 6%. Isso, porém, não impedirá o BC de cortar juros. Mas o movimento de redução da taxa básica (Selic), que está em 14,25% ao ano, será mais lento que o desejado.
Liderança
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo alimentação e bebidas registrou o maior reajuste para meses de julho desde 2000, quando a alta foi de 1,78%. Na região metropolitana de Vitória, os preços subiriam 2,06%; em Goiânia, 1,85%; e, em Belo Horizonte, 1,61%.
Entre as principais contribuições individuais para o grupo alimentos estão o leite, com 0,19 ponto percentual, ao subir, em média, 17,58%, e o feijão-carioca, com 0,13 ponto, ao ficar 32,42% mais caro.
Brasília, 09h13min