Algo se mexe no atoleiro da economia

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Os primeiros sinais de que a economia está saindo do atoleiro deverão ser mostrados pelos indicadores antecedentes de maio, acredita o economista Carlos Thadeu Filho, sócio da consultoria MacroAgro. Ele vê melhora, ainda marginal, na produção de papelão ondulado, usado em embalagens, e no transporte de cargas nas estradas. Nada que seja motivo de comemoração, mas um sinal de que algo está se movendo na recessão na qual o país está mergulhado.

 

Para Thadeu, mesmo com todas as incertezas políticas provocadas pela Operação Lava-Jato, empresários e consumidores começam a acreditar que é possível, sim, esperar por dias melhores. Ele acredita que, mesmo o governo de Michel Temer não tendo anunciado nenhuma medida importante de curto prazo para resgatar a economia, há duas sinalizações importantes. A primeira, o ajuste das contas externas, que vem se observando dê-se o ano passado, devido ao peso da recessão sobre as importações. Segundo, o desejo real de se fazer um ajuste das contas públicas no médio e no longo prazos por meio da imposição de um teto para o aumento dos gastos públicos, medida que ainda depende de aprovação do Congresso.

 

“O importante é a sinalização de que algo será feito de concreto para tirar o país da recessão e arrumar as contas públicas”, diz o sócio da MacroAgro. Ele reconhece que os sinais de recuperação que possam emergir no horizonte sejam de curto prazo, sem sustentação. “Mas serão esses sinais que vão mexer com o animo do empresariado. Isso é muito importante para que um quadro benigno na economia se solidifique”, assinala. Ao governo, caberá tocar uma política responsável, previsível e sem interferências malignas na atividade.

 

Brasília, 16h05min