Secretario de politica economia, Adolfo Sachsida
Secretario de politica economia, Adolfo Sachsida Ana Rayssa/CB/D.A Press Secretario de politica economia, Adolfo Sachsida

Adolfo Sachsida volta a defender a vacinação em massa e faz elogio ao governo

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, voltou a defender a vacinação em massa contra a covid-19 como melhor medida para que a economia volte a crescer de forma mais robusta. No entanto, evitou fazer críticas ao atraso no programa de vacinação e  ao presidente Jair Bolsonaro, que chamou de “idiotas” os brasileiros que ficam em casa esperando o imunizante.

 

“A melhor política econômica é a vacinação em massa”, reafirmou o titular da SPE, nesta terça-feira (18/05), durante apresentação virtual a jornalistas do Boletim Macro fiscal, no qual elevou de 3,2% para 3,5% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e piorou as projeções de inflação. Em março, quando apresentou o boletim anterior, o secretário disse a mesma frase.  Ele insistiu que a consolidação fiscal e o avanço da agenda de reformas pró-mercado serão importantes para garantir a continuidade do crescimento econômico a longo prazo.

 

A produção das vacinas no país foi interrompida nos institutos Butantan e Fiocruz pela falta de insumos, gerando riscos maiores para a população e, consequentemente, a retomada da economia, porque o ritmo de vacinação deverá diminuir a partir de junho, segundo especialistas. E, de acordo com analistas, medidas recentes do governo não são coerentes com o discurso do governo na consolidação fiscal, como é o caso da portaria do teto duplex, do Ministério da Economia.

 

Ao ser questionado sobre a falta de coerência no discurso do governo sobre a vacinação e a consolidação fiscal durante a apresentação do Boletim, Sachsida evitou falar sobre o assunto e preferiu elogiar o governo e focar a fala na agenda de reformas.  O chefe da SPE é um dos maiores defensores dentro do governo do combate à má alocação dos recursos públicos, sequer criticou a portaria do teto duplex, que concede reajustes a ministros de até 69%, publicada no último dia 31 no Diário Oficial da União.

 

“Eu quero destacar que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito com uma pauta econômica pró-mercado e o presidente apoia essa pauta. Basta ver que temos o ministro da Economia (Paulo Guedes) mais identificado com a ideia do liberalismo econômico”, disse Sachsida. “Então, temos um presidente que foi eleito com uma pauta econômica de reforma e um ministro conhecido. E os nossos atos mostram que temos avançado na pauta de reforma e de consolidação fiscal desde 2019”, acrescentou o titular da SPE, citando a reforma da Previdência e o leilão da cessão onerosa, ocorridos em 2019, como medidas nesse sentido e destacou que, em breve serão aprovados a nova lei cambial e a nova lei de cabotagem, que está em tramitação no Congresso.

 

Na avaliação do secretário, as pautas de reformas econômicas e de consolidação fiscal estão avançando. “Há várias medidas demonstrando o compromisso do governo, não apenas com a pauta de reformas.  Conseguimos avançar na pauta de consolidação fiscal durante a pandemia e vamos continuar avançando”, garantiu. Ele mencionou a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial, que é criticada por especialistas por ter sido muito desidratada, como “um novo arcabouço fiscal” que mostra o compromisso do governo com essa agenda.

 

Vale lembrar que entre as promessas não cumpridas do ministro da Economia, Paulo Guedes, destacam-se: zerar o deficit primário no primeiro ano de governo,  arrecadar R$ 1 trilhão com as privatizações e andar rapidamente com as reformas tributária e administrativa, assim que a reforma da Previdência fosse aprovada.

 

Ao comentar sobre o Boletim e as novas revisões, consideradas por ele conservadoras, o chefe da SPE elencou como riscos de curto prazo a pandemia, o fiscal e o hidrológico. “Tem implicações sobre o crescimento econômico o risco hidrológico. Estamos com na bandeira vermelha 1 e, se (esse risco) persistir, podemos ir para a 2. E tem sim um risco na inflação decorrente disso”, admitiu Sachsida.  Segundo ele, os riscos do capital humano, devido ao impacto negativo para jovens e crianças de um ano sem aulas presenciais, e o do endividamento das famílias e do governo, são outros desafios de longo prazo que precisam ser enfrentados.