A aflição de estudantes brasileiros que moram em Portugal e enfrentam uma série de problemas, como a validação de diplomas para cursar universidades portuguesas, é enorme. Mas, ao contrário do que se pensa, os entraves não estão mais nas autoridades lusitanas, e, sim, no Ministério da Educação do Brasil.
Fontes que tratam do assunto diretamente disseram ao Blog que as pendências para que a validação de diplomas seja feita de forma mais rápida — hoje, o processo leva mais de um ano — dependiam de considerações dos ministérios da Educação dos dois países. O português respondeu há meses, mas o brasileiro não se mexe.
“São coisas básicas, que vão melhorar muito a vida dos estudantes brasileiros, que são mais de 20 mil em Portugal”, afirmou um técnico. Segundo ele, as negociações entre os ministérios dos dois países empacaram durante o governo de Jair Bolsonaro, que não tinha o menor interesse no estreitamento das relações com o país europeu.
Agora, a perspectiva é de que o tema entre na pauta do governo Lula, até porque pode ser um dos temas relevantes da cúpula entre Brasil e Portugal, marcada para abril. “A percepção é de que temos um Ministério da Educação mais atento e comprometido com os temas que importa para os estudantes”, ressaltou o mesmo técnico.
No caso da equivalência de notas até o ensino médio, há mais de 5 mil processos encalhados na Embaixada do Brasil em Portugal. Por falta de pessoal, estudantes não puderam ser matriculados em escolas portuguesas e jovens perderam empregos porque não conseguiram comprovar a escolaridade exigida pelas vagas.
A promessa da embaixada brasileira é de lançar, nos próximos meses, um App em que a equivalência de notas poderá ser feita em apenas uma hora. O aplicativo já foi aprovado pelo Itamaraty e está em fase final de testes. A expectativa entre os estudantes é grande.