Desde que foi anunciada a lista da qual sairá o representante de Portugal no festival, as redes sociais do artista, nascido no bairro da Taquara, no Rio de Janeiro, vêm sendo inundadas de comentários agressivos.
Um deles diz: “Quer cantar com esse sotaque nojento, que vá representar o seu país, que é o Brasil”. Outro: “Aqui é CHEGA, caralho. Aqui é Chega, espero que fique em último”. E mais: “Só falta algum intérprete do Bangladesh, Índia, Nepal. Portugal no seu melhor”.
Segundo o cantor, que vive em Portugal há sete anos, desde sábado (02/03), os discursos de ódio têm aumentado muito. Por isso, resolveu se posicionar. “Saibam que isso só me gera mais força, porque batalhei muito para chegar aqui. Eu amo Portugal”, escreveu.
Para Middea, há pessoas incríveis em Portugal, que o apoiam desde o dia em que ele desembarcou em território luso. “E não é à toa que um dos meus principais públicos, atualmente, são de portugueses”, afirmou. O brasileiro ressaltou ainda que as músicas dele falam sobre Portugal.
“De janeiro a março deste ano, já foram 17 shows em 5 países, onde o público variava entre brasileiros, portugueses, alemães, holandeses, belgas, ingleses, espanhóis, italianos. E foi bonito ver todas essas nacionalidades cantando as praias e os bairros desse país (como as canções: “Banho de Mar”, “Freguesia de Arroios” e “Bairro da Graça”)”, assinalou.
Ele enfatizou que cantar Portugal para o mundo é bonito, como também cantar o Brasil, com toda a mistura de ritmos que existem no seu país de nascimento.
No entender de Middea, é preciso celebrar a diferença. “O amor pela música é maior que qualquer ataque. O multiculturalismo é de uma beleza sem tamanho e o intercâmbio entre ritmos e sotaques é valioso”, frisou. E emendou: “Que a gente possa, cada vez mais, poder compartilhar música pelo mundo, com todas as suas singularidades, com um grande abraço e sem preconceitos.