A pior notícia para Bolsonaro: a economia afunda

Publicado em Economia

O presidente Jair Bolsonaro não poderia ter recebido pior notícia nesta segunda-feira, 15 de abril. Dados dos Banco Central mostram que o nível da atividade econômica desabou. O IBC-Br, que funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), afundou 0,73% em fevereiro, o pior resultado desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018.

 

O número divulgado pelo Banco Central veio pior do que todas as estimativas do mercado, que giravam em torno de uma queda de 0,38%. Isso mostra, segundo técnicos da instituição, que, em vez de ganhar fôlego, como se esperava, a economia está indo ladeira abaixo. O motivo principal: a falta de confiança.

 

Logo depois da eleição de Bolsonaro, em outubro do ano passado, os níveis de confiança dispararam. Empresários, consumidores e investidores acreditavam que o governo eleito, com seu discurso liberal, recolocaria o Brasil novamente na rota do crescimento. Mas não é o que se está vendo. Muito pelo contrário.

 

Ano perdido

 

A confiança voltou a cair e, com ela, os indicadores que monitoram os níveis de atividade. Os agentes econômicos perderam o otimismo de que o governo será capaz de arrumar, rapidamente, as contas públicas, pois vai demorar mais do que o previsto a aprovação da reforma da Previdência. Sem mudanças no sistema de aposentadorias, não há como se falar em ajuste fiscal e retomada da confiança.

 

Dentro da equipe econômica, o discurso é de que o primeiro trimestre do ano não deve ser levado muito em consideração, porque os ajustes que estão sendo feitos no país vão demorar mais tempo para apresentar resultados. Mas, aos poucos, a economia irá deslanchar. É um otimismo que não conversa com a realidade.

 

O problema é que o governo não para de criar problemas, assustando, sistematicamente, os donos do dinheiro, aqueles que poderiam liberar investimentos para impulsionar a atividade. O mais recente baque na confiança dos investidores veio de Bolsonaro, que  mandou a Petrobras suspender o reajuste de 5,7% do diesel. Voltou com tudo o medo do excesso de intervencionismo na economia.

 

O descontentamento entre os agentes econômicos é tão grande, que alguns analistas já dão como perdido o ano de 2019. Em vez de crescer mais de 2%, como se previa inicialmente, na melhor das hipóteses, o avanço do PIB ficará próximo de 1%. Há quem já fale em um resultado inferior a 1%. Um desastre para um governo que chegou prometendo o paraíso.

 

Brasília, 09h01min