A promessa é de uma relação cheia de amor e de compromissos mútuos. Bolsonaro recebeu a garantia de que terá poder para definir candidatos nas regiões mais importantes, a fim de ter palanque para alavancar votos e bancadas. Valdemar falou em carta branca.
Quem conhece o histórico de Costa Neto sabe, porém, que nem tudo o que é prometido é seguido à risca. Por enquanto, Bolsonaro tem total liberdade para transitar no PL, até porque se, no meio do caminho, sentir que rolou uma traição, poderá trocar de partido até o início de abril de 2022.
A partir dali, ficará refém de Costa Neto, que será dono da candidatura do presidente. Mesmo que o PL não entregue tudo o que prometeu, Bolsonaro não poderá mais migrar para nenhuma legenda sob o risco de ficar de fora da disputa por mais quatro anos no Palácio do Planalto. Ou seja, goste ou não do que a agremiação faça, terá de se contentar.
É certo que, se não decolar nas pesquisas e ficar clara a possibilidade de não estar no segundo turno das eleições, Bolsonaro será jogado pelo PL à própria sorte. O partido, então, como sempre fez, buscará se colar no candidato com maior chance de vitória.
Não à toa, os diretórios do PL no Nordeste continuam piscando para o ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de votos. Valdemar Costa Neto é pragmático. Não joga para perder. Dar abrigo à candidatura à reeleição de Bolsonaro é do jogo. Mas desviar a rota, também.
Brasília, 20h18min