Ele acredita que, mesmo diante dos sinais contraditórios dados pelo presidente Jair Bolsonaro sobre indicações para as vagas que abrirão no Supremo neste e no próximo ano, o chefe cumprirá a promessa de lhe dar um cargo na mais alta Corte do país.
Foi com essa promessa que Bolsonaro conseguiu convencer Moro a largar o cargo de juiz para entrar na política e se transferir para Brasília. Aos poucos, porém, o presidente passou a sinalizar que tinha outras pretensões para o STF, a começar por um ministro “terrivelmente evangélico”.
Mapeamento
Seguindo seus planos, Moro mapeia todas as chances de suceder ou o ministros Celso de Mello, neste ano, ou o ministro Marco Aurélio Mello, em 2021. Eles terão que se aposentar ao completarem 75 anos de idade. É o que manda a lei.
Mas, caso Bolsonaro não cumpra a promessa, aí, sim, Moro pode se deixar seduzir pelo apelo que uma ala de militares vem fazendo para que ele saia candidato à Presidência em 2022. Para esses militares, o país precisa de serenidade, o que não combina com o atual presidente.
A quem lhe pergunta, o ministro diz que não tem pretensões nem para o Supremo nem muito menos para a Presidência da República. Alega que tem uma missão muito importante a executar à frente da pasta da Justiça, que passa pela redução da violência e pelo combate à corrupção.
Popularidade
Mas entre o discurso oficial e os desejos internos de Moro há uma grande distância. Quem convive de perto com o ministro sabe de suas ambições. E garante que, a cada pesquisa de popularidade, ele infla o ego. Pelos levantamentos, Moro é a liderança mais confiável do país e, se fosse candidato à Presidência, seria eleito.
Moro é muito mais popular que o chefe, uma problema para a relação entre os dois. Bolsonaro acredita que ainda pode tirar proveito da elevada aprovação de Moro ao convencê-lo a ser vice na sua chapa à reeleição. Para o presidente, a dupla Bolsonaro-Moro seria invencível, com chances de vencer as eleições de 2022 no primeiro turno.
Brasília, 19h01min