Lições aprendidas em 2007 mostram que juros permanecerão em 6,75% ao longo do ano

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POR ANTONIO TEMÓTEO

Desde o início do regime de metas de inflação, o Brasil viveu um episódio similar ao processo de desinflação ocorrido entre 2016 e 2017, explica o economista-chefe do banco UBS no Brasil, Tony Volpon. Ele relembra entre 2005 e 2007, assim como nos últimos dois anos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou acentuadamente, o Banco Central (BC) teve um forte ganho reputacional e as expectativas para a carestia estavam ancoradas.

Volpon destaca, entretanto, que depois atingir um patamar próximo a 3% em 2007, a inflação dobrou para 6% em apenas um ano a autoridade monetária foi obrigada a aumentar a taxa básica de juros. “Observamos movimentos amplamente similares na taxa de juros, nos juros futuros, nas medidas de inflação, na taxa de crescimento econômico e normalização do hiato do produto, além dos preços globais do petróleo e outras commodities.

Do ponto de vista negativo, o economista-chefe do UBS aponta uma taxa de câmbio real mais fraca e uma pressão inflacionária adicional dos preços administrados. “O mercado espera que a inflação aumente lentamente até atingir a meta em 2019, com um modesto ajuste para cima dos juros”, diz.

Volpon compartilha dos pontos de vista otimistas do mercado, mas reconhece que existem riscos inflacionários crescentes que precisam ser monitorados e não há nenhum motivo para uma maior flexibilização monetária.“Em termos gerais, as medidas inflacionárias e o hiato do produto estão se normalizando. Durante o episódio de 2007, o rápido crescimento econômico e a pressão exógena dos preços mais elevados das commodities —apesar de uma moeda apreciadora — acabaram por dar lugar a uma inflação muito maior”, alerta.

Vicente Nunes