Evento que entrou para a história da música em Brasília, o concerto da Legião Urbana, no dia 18 de junho de 1988, no antigo Estádio Mané Garrincha, que reuniu 50 mil pessoas — até então recorde de público, com ingresso pago na capital — e foi marcado por um tumulto quase generalizado. Tudo porque Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá deixaram o palco após 50 minutos de apresentação. Cobri o show desde antes da banda subir ao palco até quando deixou o improvisado camarim, quando fiz uma rápida entrevista com Renato, por volta da meia noite. Até hoje guardo, em meu arquivo, a credencial.
A longa matéria que escrevi sobre o espetáculo, que deu sequência à turnê intitulada Que País é Este?, relatando tudo do começo ao fim, foi acompanhada por crítica assinada pelo jornalista Renato Riella, ocupou com destaque uma página no Correio Braziliense e serviu de subsídio para livros posteriormente lançados, inclusive o Minha Trilha Sonora, que lancei em dezembro de 2015, com o qual celebrei 40 anos como repórter deste jornal.
Há dois anos, nos 30 anos do show, voltei ao assunto e publiquei matéria na capa do caderno Diversão & Arte, na qual inclui depoimentos de pessoas que estiveram presentes à época no velho Mané Garrincha — entre eles Dado Villa-Lobos, um fã da Legião e Rodrigo Amaral, que dividiu a produção com Fernando Artigas. Na fala de todos havia um misto de frustração e saudosismo com o ocorrido naquela noite, mas sem dar destaque à ação da banda, que revoltou a multidão.
Em live, hoje, às 18h18, os irmãos Rodrigo e Marcelo Amaral falam dos bastidores do Que país é este? com mediação de Gian Uccello.
Veja imagens do show da Legião Urbana de 1988