A banda Etno venceu o Indie Week Festival, em Toronto, no Canadá. O grupo é um dos destaques da nova cena do rock brasiliense.
Há quem diga que o rock de Brasília anda estagnado. Mas aqui, ali surgem manifestações de que não é bem assim. Um exemplo recente foi dado pela banda Etno, ao conquistar o 1º lugar no Indie Week Festival, em Toronto, no Canadá. Mais de 250 grupos participaram do evento, sendo quatro do DF e um do Rio Grande do Sul.
O Indie Week é um festival de música, cinema e tecnologia, realizado anualmente durante seis dias. As bandas são avaliadas por membros da indústria da música e a vencedora recebe como prêmio uma viagem paga para participar como líder do Indie Week em Manchester, em novembro de 2018.
Durante o festival, Tiago Freitas (voz), Vitor Fonseca (guitarra e voz), Iano Fazio (baixo e vocal), e Tiago Palma (bateria) lançaram um single — a canção Existe amanhã — em todas as plataformas de streaming e com lyric vídeo. A música faz parte do segundo capítulo do terceiro álbum, gravado em estúdio, com lançamento previsto para o próximo ano.
Segundo Palma, a letra fala sobre obstáculos e de como as relações entre as pessoas “acabam se tornando mais frias e distantes num mundo cada dia mais virtual”. O baterista, uma espécie de porta-voz da banda, acredita, porém, que “sempre há possibilidade de começar um novo caminho”.
A Etno, que comemora neste mês 15 anos de estrada, já lançou três CDs de estúdio, dois EPs e sete vídeo-clipes. Palma destaca o fato de a banda já ter tocado para grandes públicos. O recorde foi no Porão do Rock, quando onde foi ouvida por 30 mil pessoas, ao dividir o palco com O Rappa, Nação Zumbi, Pitty, Dead Fish e Matanza. Além, de Toronto, a Etno já se apresentou em Los Angeles (EUA).
No entendimento de Palma, o rock brasiliense está com fôlego renovado. “Hoje, a gente vê uma movimentação maior das bandas que procuram se profissionalizar, abrir seus próprios espaços e ocupar os que estavam abandonados. Vivemos um período mais empreendedor.” Ele, no entanto, critica a poucA abertura dada pelas casas noturnas ao rock autoral. “Por conta disso, buscamos os espaços públicos, como o Eixão, a área externa do Teatro Dulcina no Conic, por exemplo.”