Valentina Herszage se interessa pelas contradições das personagens

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Como Cris em Elas por elas, atriz de 25 anos afirma que mergulha fundo nas personalidades que interpreta na ficção

Patrick Selvatti

Ela tem 25 anos e 1,60m. Esses números, porém, não refletem o tamanho de Valentina Herszage. No teatro, no cinema ou na tevê, a presença da atriz se agiganta e se equipara a de colegas de cena renomados como Andréa Beltrão, Giovanna Antonelli, Deborah Secco, Irene Ravache, Mateus Solano e Marcos Caruso — e com esses dois últimos, já soma três trabalhos seguidos em novelas.

No ar como a Cris de Elas por elas, Valentina emenda a terceira novela e, mais uma vez, surge com o desafio de interpretar uma personagem completamente diferente. Após viver a adolescente romântica Bebeth em Pega Pega e a dançarina de pole dance Flávia em Quanto mais vida, melhor, a pisciana mergulha em um mar desconhecido dando vida a uma digital influencer rica, impulsiva e com atitudes não muito éticas para conseguir o amor de Giovanni (Filipe Bragança), que é apaixonado por Ísis (Rayssa Bratilieri), uma garota que não pertence à mesma casta econômica que eles.

“Cris não é a mocinha desta vez, ela é o oposto, mas está sendo incrível porque é uma personagem muito rica em todos os aspectos. Ela vai fazer o possível e o impossível para conseguir esse menino. Ela é descompensada, e eu acho que as pessoas gostam disto: você não sabe o que esperar dela, que é surpreendente, assim como as pessoas são na vida. Então, me interessam essas contradições, essa vontade de passar por cima de qualquer pessoa para conseguir o que quer, isso é muito legal de fazer”, avalia.

Valentina Herszage se destaca vivendo Hebe na juventude

Ser desafiada impulsiona Valentina. Não à toa, logo após fazer a primeira novela, em 2018, foi convidada para interpretar ninguém menos que Hebe Camargo na primeira fase da série Hebe, sobre a apresentadora de tevê. “Foi um acontecimento na minha vida. Quando veio o convite do diretor Mauro Faria, eu achei que ele estava falando com a atriz errada. Foi um mergulho intenso na preparação, uma coisa  incrível. Fiquei seis vezes fazendo corpo, voz e canto”, conta.

Nesse projeto, a jovem atriz dividiu a personagem com Andréa Beltrão, uma de seus maiores ídolos. “Nossa troca foi maravilhosa. Andréa e eu não tínhamos coisas em comum, assim, na aparência, e trabalhamos muito juntas para encontrar essa unidade. Era um desafio porque Hebe foi mudando muito ao longo da vida, uma camaleoa, que, às vezes, mudava o sotaque para falar com quem estava entrevistando”, lembra.

Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage)

Valentina ressalta também a parceria com Mateus Solano, que, em Elas por elas, dá vida ao seu “sogro” após, em Pega pega (2018), ser seu pai e, em Quanto mais vida, melhor (2021), seu par romântico. “Houve uma grande preocupação entre as duas primeiras novelas porque saímos de pai e filha para um casal, porque Pega Pega terminou a reprise no sábado e iniciou Quanto mais vida melhor, já totalmente gravada, na segunda. Mas a nossa parceria vai além de ligações parentais. Agora não temos mais tantas cenas juntos, mas os autores já estão escutando o apelo do fã-clube e vão escrever cenas pra gente se cruzar”, adianta ela, que este mês também poderá ser vista na série Fim, que estreia no Globoplay.

E a pequena grande atriz não para. Na última semana, durante o festival do Rio, três filmes com Valentina no elenco foram lançados. Ela está em As polacas, de João Jardim, A batalha da Rua Maria Antonia, de Vera Egito, e O mensageiro, de Lúcia Murat. Fora isso, a carioca também filmou Ainda estou aqui, de Walter Salles, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva sobre o assassinato de seu pai. Nesse longa, ela também se destaca ao lado de dois ídolos: Fernanda Torres e Selton Mello, além do próprio diretor. “Foi um deslumbre”, finaliza.

Valentina Herszage emocionou a autora de Pega pega desde o teste para o papel de Bebeth

Patrick Selvatti

Sabe noveleiro de carteirinha? A paixão começou ainda na infância, quando chorou na morte de Tancredo Neves porque a cobertura comeu um capítulo de A gata comeu. Fã de Gilberto Braga, ama Quatro por quatro e assiste até as que não gosta, só para comentar.

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