‘Tudo é possível’ é um filme necessário com mensagem potente sobre a comunidade transexual

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O longa dirigido por Billy Porter não inova, mas ganha ao conversar com um público muito pouco representado no audiovisual, leia a coluna

Por Pedro Ibarra

Esta coluna começa com uma pergunta: quantos filmes você já assistiu que tratam do crescimento e amadurecimento de uma pessoa trans? Dá para pensar em um ou outro título, mas a verdade é que poucas são as produções que tocam no tema e muito dificilmente alcançam a popularidade ou um público além dos nichos.

O longa Tudo é possível estreou na última sexta-feira na Amazon Prime Video e apresenta essa proposta rara. A produção conta a história de Kelsa (Eva Reign), uma menina trans no último ano do ensino médio. Apaixonada por animais, a garota divide o tempo entre os estudos e um canal do YouTube, no qual faz confidências sobre a jornada da própria transição e fala sobre curiosidades relativas aos animais. O enredo se desenvolve quando Khal (Abubakr Ali) se apaixona pela youtuber e, juntos, eles precisam lidar com os próprios sentimentos e com os preconceitos enraizados nas pessoas à sua volta.

Diversos filmes tratam de amadurecimento e adolescência de homens e mulheres cisgêneros, mas são raras as histórias focadas na população transgênero. Quando falam sobre o tema, geralmente privilegiam o aspecto da luta inerente a ser uma pessoa trans. Tudo é possível faz diferente: primeiro, é uma história de amor e, segundo, traz o contexto da transição de Kelsa.

O filme é simples: uma menina e um menino se apaixonam e passam por provações no romance até descobrirem o lugar no qual querem estar, quem são e o que desejam mostrar para o mundo. A única grande diferença é que não são duas pessoas cis. É um filme necessário, não porque inova ou faz algo de qualidade inacreditável, e sim porque é a primeira vez que uma mensagem é escrita e pensada na perspectiva do público transexual.

A mensagem pode ser piegas, simples ou até fácil se questionada. Porém, não há como negar que é importante. Em um mundo no qual o comum é ser uma pessoa cis, um filme que conversa com pessoas trans, de forma boba ou genial, é revolucionário.

A porta aberta pela parceria entre o diretor Billy Porter, a roteirista Ximena Garcia Lecuona e a Amazon Prime Video tem que permanecer escancarada. É uma forma de, mesmo que aos poucos, as diversas pessoas e formas de amar sejam visíveis não só na tela, mas no cotidiano. Assim, fica mais natural mostrar que, realmente, tudo é possível.

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O quadro Cantando notícias, do Encontro, da semana passada repercutiu negativamente na internet. E mereceu. Em ritmo de samba, a esquete brincou com fatos como o estupro de mulheres grávidas por um médico e a violência urbana. Era para ser engraçado?

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