A artista esteve na primeira temporada de Ilha de Ferro e está confirmada na segunda. Tóia Ferraz também tem na programação deste ano o filme Todo carnaval tem seu fim
A atriz Tóia Ferraz passou a ser conhecida do grande público ao integrar o elenco da série Ilha de Ferro, exclusiva da Globoplay, serviço on-demand da Rede Globo. Na produção, ela interpreta Liliane Rocha, uma das poucas mulheres que trabalham na plataforma de petróleo e, por isso, acaba sendo uma força a mais para Julia (Maria Casadevall), que, na primeira temporada, assume a gerência do espaço.
Após o sucesso da personagem na primeira temporada, Tóia retorna para a segunda, que está em fase de produção. Inclusive, um trailer da sequência de episódios foi exibida no ano passado durante a Comic Con Experience, em São Paulo. Na sequência, a atriz garante que terá muitas novidades para o enredo da personagem dela: “É uma personagem extremamente interessante e rica, que ainda tem muito para revelar”.
Ao Próximo Capítulo, Tóia Ferraz falou da experiência em Ilha de Ferro, da preferência pelo formato seriado e dos outros projetos fora da televisão. Confira!
Entrevista / Tóia Ferraz
Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco de Ilha de Ferro?
Por meio do diretor Afonso Poyart. Já havíamos trabalhado juntos algumas vezes antes e, assim que eu voltei pro Brasil, após um período estudando interpretação em Nova York, ele me convidou pra fazer o teste para (Liliane) Rocha. Um mês depois, eu estava de mudança pro Rio de Janeiro.
Como você se preparou para viver Liliane? Você acha que tem características em comum com a personagem?
O elenco teve um longo período de preparação para a série. Primeiro, com a atriz e preparadora Ana Kfouri, que cuidou da parte emocional dos personagens, trabalhando cada um e a relação entre eles. E depois, por meio de um curso prático no Centro Náutico do Rio de Janeiro, para entendermos sobre o universo de plataforma de petróleo e obtermos o certificado para podermos dormir em plataformas offshore. Sobre as características em comum, eu espero ter um décimo da coragem da Rocha. Ela é capaz de travar guerras para proteger quem ela ama e não pensa duas vezes quando o assunto é a sua família. Eu ainda não tenho filhos, mas espero ter essa força quando os tiver. O amor infinito pela família, esse eu já tenho.
Ilha de Ferro é uma das apostas da Globo no serviço on-demand Globoplay. Como foi para você participar de uma produção inovadora no formato e na história? Como você vê hoje esse mercado?
A Ilha é um projeto ousado e irreverente, uma vez que não é parecido com nada que é feito no Brasil, e esse, pra mim, é o maior trunfo da série. Temos que arriscar mais em linguagens, estética, formatos… O on demand dá essa abertura, já que tem público pra todos os gostos. É uma transição “maluca”, porque parece que o poder cada vez mais passa para as mãos de quem assiste e isso é algo que não tem volta. É um mercado que não para de crescer e eu vejo potencial para que continue assim por um bom tempo.
Você teve oportunidade de atuar lado a lado com grandes nomes da tevê. Como foi essa troca? O que aprendeu durante esse experiência?
Aprendi todos os dias. Não só com os grandes nomes, mas com todos do elenco, da figuração aos protagonistas. É um elenco pequeno e todos ali se mostraram muito generosos. Do primeiro ao último dia, saí da filmagem com a sensação de que levava um aprendizado pra casa; e isso é muito transformador, e uma das coisas que mais amo nessa profissão.
Ilha de Ferro está com uma segunda temporada confirmada. O que você pode contar sobre a sua personagem nessa nova fase da produção?
Posso contar que vocês vão se surpreender com a Rocha! É uma personagem extremamente interessante e rica, que ainda tem muito para revelar.
Você é uma atriz com experiência, principalmente, no formato seriado. O que te encanta nesse tipo de projeto? E você gosta de séries, se sim, quais costuma assistir?
A imprevisibilidade. Acho que séries costumam usar bastante esse recurso da história, subitamente tomar rumos completamente inesperados e fazer com que a gente queira assistir o próximo capítulo ou temporada de qualquer jeito. Eu gosto de sempre ter uma série para acompanhar e acho que as séries brasileiras estão cada vez melhores… Amores roubados e Justiça são as duas que adorei.
Você está no filme Todo carnaval tem seu fim. O que pode contar sobre o filme e sobre a sua personagem?
O filme retrata o carnaval de rua, o que, pra mim, por si só, já é um espetáculo. A energia do bloquinho, da marchinha, da banda, das pessoas cantando, do povo que leva a sério a história de se fantasiar… Tudo isso é muito fascinante e os diretores foram muito espertos de ter essa sacada. Nós filmamos no meio do carnaval de São Paulo de verdade, e isso é o que o filme tem de mais emocionante para mim. A energia que está lá é a energia da rua.
Falando em carnaval, como é a sua relação com a folia?
Acho que diminui a cada ano, para ser sincera (risos)… Mas sinto que esse ano a festa vai ser grande, porque 2018 foi um ano que a gente engoliu muito sapo e também foi o ano em que eu sinto que as mulheres se libertaram ainda mais, então acredito que esse carnaval terá algo de histórico.
Além de Ilha de Ferro e Todo carnaval tem seu fim, você tem outros projetos paralelos? O que pode adiantar?
Na realidade, depois que terminarmos de filmar a segunda temporada da Ilha, eu gostaria muito de uma viagem e, se possível, algum curso fora novamente. A experiência de ter estudado nos EUA me acrescentou muito e tenho vontade de repeti-la em outro lugar. O Brasil tem cursos excelentes e eu já fiz inúmeros aqui, mas acho legal essas viagens com propósito. Se for possível, gostaria de fazer isso ainda no primeiro semestre de 2019.
Vivemos um momento bacana para as mulheres no audiovisual. Como você vê isso? Acha que avançamos?
Acho. Acho que essa evolução está ocorrendo (bem) aos poucos, mas está ocorrendo e eu sou do time dos otimistas. Penso que o movimento feminista, com um todo, vem trazendo inúmeros benefícios para a sociedade e entre eles essa sensação de que podemos chegar exatamente onde quisermos, ocupar os mesmos cargos dos homens e termos as mesmas conquistas. No audiovisual, sinto falta de mais roteiros que tenham olhares femininos (até pela grande maioria dos diretores serem homens), mas percebo que isso vem mudando nos últimos tempos. A cada momento, vejo mais produções bacanas dirigidas por mulheres e também sinto que os diretores homens têm se mostrado mais abertos e interessados em ouvir nosso ponto de vista. Isso já é uma grande evolução. Estamos caminhando e eu acredito na mudança.