Produção da Netflix, Tidelands traz à tona o mundo das serie e de estranhos seres encantados
Por Adriana Izel e Vinicius Nader
Seres metade humano, metade sereia que vivem numa espécie de gueto da vila australiana de Orphelin Bay. Esses são os Tidelanders, que movimentam a série Tidelands, estreia da próxima sexta-feira na Netflix. O seriado, de oito episódios, marca duas estreias: é a primeira produção original australiana da plataforma de streaming e a primeira incursão do ator brasileiro Marco Pigossi (o Zeca de A força do querer) no mercado internacional.
Pigossi vive Dylan Seagar, um motoqueiro que acaba se envolvendo com Adrielle Cuthbert (Elsa Pataky), líder dos Tidelanders. As cenas entre os dois prometem pegar fogo. “O legal da série é que pela primeira vez vimos pessoas metade humanas, metade sereias. Não são humanos e não são sereias. Há liberdade para brincar com isso”, afirma Pigossi, no vídeo de lançamento da série.
Os tindelanders herdam dos humanos a forma física, mas trazem das sereias habilidades como enfeitiçar pelo canto e respirar debaixo d’água. A relação entre a comunidade de pescadores e os seres encantados não é das melhores. “Eles se respeitam porque têm medo um do outro. Isso produz ódio, guerra e morte”, continua Pigossi, no vídeo. “As lendas sobre as sereias, os cantos, as vozes, a forma com que elas atraem os pescadores. Isso é algo incrível e divertido de se assistir”, completa Elsa Pataky.
A história de Tindelands começa quando Cal McTeer (Charlotte Best) sai da cadeia ー entre a prisão e o centro de detenção juvenil, ela ficou 10 anos presa ー e volta a Orphelin Bay, onde ela nasceu e foi criada. Mas a jovem encontra um local diferente, separado pelas duas comunidades e envolto em vários segredos. Um deles, o que a ilha é um famoso ponto de tráfico de drogas, vem à tona quando o corpo de um pescador é encontrado na praia. A forma com que ele foi morto e o motivo do crime movimentam a trama da série.
Visual de Tidelands chama a atenção
Um dos atrativos de Tidelands serão os efeitos especiais e o cenário natural onde a série foi gravada. Na opinião de Marco Pigossi, os efeitos são importantes na série, mas não o mais importante da série: “Não importa muito (os efeitos especiais). O público quer ver sentimento, se conectar com os personagens.”
As cenas do seriado foram rodadas em Queensland, na Austrália. E pelas imagens de divulgação da Netflix podemos perceber que é um cenário paradisíaco. Em entrevista de divulgação, Charlotte Best ressaltou que a beleza e a natureza selvagem do local a ajudaram a entrar no clima do programa. “Criamos um mundo e um estilo novos com um lugar fantástico que não existe, mas bem que poderia”, afirma Charlotte no vídeo de divulgação.
A novela Marco Pigossi
Marco Pigossi ainda estava no ar como o Zeca de A força do querer quando começaram a pipocar as primeiras notícias de que ele estaria negociando com a Netflix. Negócio fechado, a Globo poderia liberar o ator ou não renovar o contrato de um dos mais requisitados galãs da casa. Estão em falta bons atores na faixa etária de Pigossi. Mas a emissora não levou muito isso em conta e, como que dando um recado a outros nomes do elenco, não permitiu que Pigossi acumulasse dois trabalhos. O resultado é que a Globo perdeu (pelo menos por enquanto) Pigossi e o rapaz parece ter se tornado um queridinho da Netflix, pois foi anunciado como protagonista de outra série, Cidades invisíveis, de Carlos Saldanha. A previsão de estreia é 2019.
Atores brasileiros em séries internacionais
Alice Braga em A rainha do Sul
Desde 2016, a brasileira, que já tem uma carreira internacional, é a protagonista de A rainha do Sul. Na produção norte-americana, ela vive Teresa Mendonza, mulher que após a morte do namorado, um traficante, entra para o mundo do tráfico de drogas e se torna um dos grandes nomes no comércio internacional. A atração já tem três temporadas e a quarta sequência está confirmada.
Caio Blat em McMafia
Em janeiro deste ano, o brasileiro estreou na primeira temporada de McMafia. Produção de Hossein Amini e James Watkins, o seriado britânico, disponível na Amazon Prime Vídeo, retrata o crime organizado na Europa. Na trama, Caio Blat dá vida a Antonio Medez, um milionário que se envolve com a máfia. A segunda temporada está prevista para 2019 e ainda não há confirmação se Blat continua.
Rodrigo Santoro em Lost
Em 2007, o brasileiro fez a sua estreia em Lost, uma das séries mais aclamadas da televisão norte-americana. Porém, a participação durou pouco. Ele deu vida a Paulo, um dos sobreviventes na ilha do voo 815 da Oceanic Airlines. O personagem acaba sendo enterrado vivo. O motivo é que ele foi picado por uma aranha e o veneno o deixou paralisado. Porém, os outros sobreviventes pensam que ele está morto. A participação de Santoro dura apenas alguns episódios.
Wagner Moura em Narcos
Depois da estreia em Hollywood no filme Elysium, Wagner Moura fez sua estreia em 2015 como o protagonista de Narcos, série de José Padilha para a Netflix. O ator ficou na produção durante duas temporadas interpretando Pablo Escobar e fez uma nova aparição como o personagem em Narcos: México, nova versão da trama que retrata a origem do narcotráfico em Guadalajara. Em 2016, o papel rendeu a Wagner uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator de drama na televisão.