The middle chegou ao fim após nove temporadas. O que a série nos ensinou?

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Umas das produções mais tradicionais do mundo das séries chegou ao fim, mas deixou importantes ensinamentos. Veja uma análise sobre o encerramento de The middle

Talvez você nunca tenha sequer ouvido falar da família Heck ou assistido a um episódio de The middle, mas a saga deixou uma lição importante na história da televisão: a maioria silenciosa tem uma voz.

The middle se tornou uma produção importante para deixar claro que o sucesso de um seriado não depende apenas de estrelas caríssimas, enredos modernos ou efeitos especiais. Pelo contrário, muitas vezes, quanto mais clichê melhor, principalmente, quando se fala de comédia familiar.

Outro importante ensinamento é que ter sucesso não significa necessariamente ser um hit. The middle passou nove anos na definição de estável e isso foi fundamental para a durabilidade.

Crédito: Reprodução/Vidzela.com – Está na hora de prestar atenção no que eles ensinaram

Os nove anos de The middle

Ao longo das nove temporadas, a série conseguiu manter a saga por um motivo principal: a tal audiência silenciosa. É exatamente esse público “silencioso” que mantêm muitas séries nos Estados Unidos. E isso não acontece apenas na terra do Tio Sam. A tevê tupiniquim sabe bem como isso funciona com os programas de auditório, por exemplo. Com exceção das situações absurdas que eventualmente ocorrem em uma ou outra atração, esse tipo de conteúdo passa quase como uma música de fundo na consciência de vários espectadores, e, mesmo assim, sem muito comentário seguem firmes e fortes por décadas a fio.

É óbvio que The middle não vingou só porque era mediana. A construção de uma história de nove anos foi tão sólida quanto poderia ser. Uma típica família – Frankie (Patricia heaton), a mãe; Mike (Neil Flynn), o pai; e Axl (Charlie McDermott), Sue (Eden Sher) e Brick (Atticus Shaffer), como os filhos vivendo todas as dificuldades de uma família com pouco orçamento, foi o suficiente para boas risadas.

A produção não foi a primeira série que apresentou uma família de classe trabalhadora – por mais que a ABC (emissora que a transmitiu nos Estados Unidos), tente sempre vendê-la assim. Malcom in the middle e até mesmo a recém-cancelada Roseanne também fizeram isso. Entretanto, a história da família Heck sempre se destacou por essa linha narrativa e conseguiu fazer isso por quase dez anos sem se tornar cansativa.

Cada personagem tinha sua própria promoção e amadureceu no período: Mike deixou de ser aquele cara durão, para se tornar um pai preocupado; e Frankie foi de mãe histérica para aquela que – ao menos – tenta equilibrar a difícil missão de criar três filhos. As crianças também cresceram: Axl finalmente saiu de casa para começar um emprego em outra cidade; Sue aprendeu a dizer não e encontrou o grande amor de sua vida; e Brick deixou de ser um menino estranho e antissocial para virar um adolescente popular e inteligente – e com uma namorada.

Crédito: Reprodução/Star Tribune – Vai deixar saudade 🙁

O último episódio de The middle

Existem poucas coisas mais satisfatórias do que ver uma produção com um final bem construído e foi exatamente isso que The middle deu aos fãs. O especial de uma hora conseguiu amarrar todas as pontas possíveis. Não foi corrido, teve momentos cômicos e, especialmente, situações para muitas lágrimas. E o melhor de tudo: as referências que povoaram o episódio, foram um presente para quem viu a série desde o começo.

A mudança de Axl permitiu muitas sacadas inteligentes para o episódio final, desde a possibilidade de um caloroso “tchau” de todos os personagens secundários a nós (como se fosse ao filho mais velho) até o encontro de Sue e Sean no meio do caminho (e a milésima perda da blue bag).

Crédito: Reprodução/Star Tribune – Levaremos todos os momentos deles para sempre

Ficamos sabendo que, no futuro, Axl teve três filhos iguais a ele (e como disse Frankie, “O carma tarda, mas não falha”), Sue se casou com Sean, Brick virou um escritor de sucesso, e Frankie e Mike ficaram com aquela saudade – que também acompanhará todos os fãs da série.

Por fim, a produção de DeAnn Heline e Eileen Heisler, deu seu último suspiro com o avião sob o milharal. A típica cena de abertura – que acompanhou a série por mais de 200 episódios ao longo de nove anos – sucedeu a icônica frase: “Estar no meio é bom, desse jeito podemos sentir o amor por todos os lados”.

Comentários aleatórios

>> A ABC está desenvolvendo um spin-off de The middle. Ainda sem nome, o projeto se focará na carreira de Sue e pode ter chances de estreia já na fall season 2019.

>> Não viu ainda? A Warner Channel está transmitindo a nona temporada atualmente. Os episódios inéditos chegam ao ar todo domingo às 13h20. Neste domingo (10/6), será exibido o segundo episódio.

Ronayre Nunes

Aprendeu a gostar de séries com Early Edition - #Kyle4Ever - e E.R, hoje gosta de basicamente tudo. Forte entusiasta de um mundo onde fãs de How I Met Your Mother e Friends vivam em paz e harmonia (mesmo gostando mais de Friends).

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