A Netflix entra de vez no delicioso mundo das competições gastronômicas com The final table, que no Brasil, ganhou o subtítulo Que vença o melhor (devemos ser campeões mundiais de subtítulos estranhos e desnecessários no cinema e na tevê!). A atração tem 10 episódios de cerca de uma hora cada ー está vendo, Band, como dá para ser menor?
A estrutura de The final table ー Que vença o melhor é bem parecida com a do MasterChef Profissionais. Os participantes são todos chefs premiados ー alguns donos de restaurantes com estrelas Michelin. No início da competição, eles disputam as provas em dupla, mas só um deles vai ganhar. No fim de cada episódio uma dupla sai do reality.
Entre os chefs representantes de 15 países tem um brasileiro, o sul-matogrossense Rafa Gil, que trabalha no Highest Hotel in the World, em Hong Kong. Ele faz dupla com o mexicano Esdras Ochoa. Os outros times são Aaron Bludorn (EUA) e Graham Campbell (Escócia); Darren MacLean (Canadá) e Timothy Hollingsworth (EUA); Shin Takagi (Japão) e Ronald Hsu (EUA); Alex Haupt (Austrália) e Ash Heeger (África do Sul); Shane Osborn (Austrália) e Mark Best (Austrália); Monique Fiso (Nova Zelândia) e Amninder Sandhu (Índia); James Knappett (Reino Unido) e Angel Vazquez (México); Jessica Lorigo (EUA) e Johnny Spero (EUA); Collin Brown (Jamaica) e Colibri Jimenez (México); Charles Michel (França) e Rodrigo Pacheco (Equador), Manuel Berganza (Espanha) e Benjamin Bensoussan (França).
A apresentação de The final table ー Que vença o melhor fica por conta de Andrew Knowlton. Cada episódio é dedicado à culinária de um país ー México, Espanha, Inglaterra, Brasil, França, Japão, EUA, Índia e Itália. Na primeira prova, três celebridades do país em voga elegem um prato típico para ser reproduzido. Os três piores passam para a prova de eliminação. Agora, é um chef do país que elege um ingrediente para brilhar na receita. A pior dupla está fora do The final table e faz “o prato final” deles na competição, como anuncia Knowlton.
A estrutura da edição também é bem parecida com a do MasterChef, com clipes explicando como as duplas se conheceram e mostrando o dia a dia deles na cozinha. Os estereótipos também são reforçados e, de cara, podemos ver, por exemplo, que Mark Best tem uma autoconfiança exacerbada; que Ash Heeger é bem criativa; e que a dupla entre Rafa e Esdras sempre está rindo, de bom humor.
O Brasil é o país representado no quarto episódio de The final table. Confesso que a curiosidade foi maior do que o medo de spoilers e comecei a temporada por esse episódio. Fora o fato que descobri quem ainda estava na competição, não fez muita diferença.
Atenção! A partir de agora vou dar spoilers. Poucos, mas eles virão! O primeiro deles é que Rafa Gil ainda está na competição neste episódio e que ele vibra ao ver a bandeira brasileira no telão anunciando que será o nosso país o tema da noite.
É engraçado ver algumas reações. Quando os chefs estrangeiros são perguntados sobre o Brasil ninguém fala sobre comida: é só carnaval, festa, bumbum e futebol. Se alguém falou em cozinha, a edição cortou.
Andrew Knowlton começa o episódio chamando as celebridades: a modelo Alessandra Ambrosio, o jornalista e crítico gastronômico Josemar Melo e a “rainha da bossa nova” Bebel Gilberto. É… Rainha da bossa nova… Ainda bem que o programa é de gastronomia!
O primeiro desafio é fazer feijoada, com três acompanhamentos: arroz, vinagrete e farofa, com direito a sotaque de Knowlton e tudo o mais. O primeiro problema é que eles têm uma hora para a prova ー será possível fazer feijoada de verdade em uma hora?
Os resultados, em grande parte, agradam aos jurados e mostram que, como são chefs estrelados, os participantes conseguem entender só de ver a essência dos pratos. Rafa Gil, brasileiro que é, tirou onda e levou caipirinha junto.
Na segunda parte do programa, nossa representante é Helena Rizzo, que também é uma das juradas do The taste Brasil, no GNT. Foi bonito ver que muitos dos participantes sabem quem ela é e conhecem o trabalho dela. O ingrediente escolhido por ela para representar a cozinha nacional foi mandioca. Os australianos não gostam desse “carboidrato insosso”, mas reconhecem a versatilidade dele.
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