Definitivamente padrão é uma palavra que ouviremos na boca da atriz Thaís Müller, a não ser que seja para criticar a existência deles, seja na moda, seja na vida.
“Não consigo entender essa palavra padrão! Não entra na minha cabeça aquele que disse certa vez o que era certo ou errado!”, afirma com contundência Thaís.
Os mais atentos assistem a Lia e tomam um susto: mas não é aquela menininha fofa de O cravo e a rosa? Sim! Mas ela está bem mudada.
“Zilpa é a primeira mulher que interpreto. Um marco na carreira, pois as pessoas podem começar a me enxergar diferente também, não mais como uma menina. Ela é uma mulher que teve muita dificuldade na vida, e, com isso, conquistou uma força e uma fé que são admiráveis”, afirma, sobre a personagem que defende até esta segunda-feira (9/7) na minissérie Lia.
A infância de Thaís também não foi bem a que chamamos de padrão. Filha dos atores Anderson Müller e Marcela Muniz, ela cresceu entre coxias de teatro e bastidores da televisão. O resultado não poderia ser outro: ela virou atriz, aos sete anos de idade. “Com certeza eles (os pais) tiveram uma influência enorme, mas foi a minha paixão que foi decisiva para eu estar aqui hoje”, conta Thaís.
Além de atuar nos palcos e nas telas e de produzir teatro, Thaís é estilista e tem a própria grife, a Lado Tê Ateliê. Ao criar as peças, Thaís usa a moda para combater o preconceito às diferenças.
“A moda é uma aventura, um lugar onde você pode se expressar pelo o que tá vestindo, onde você pode dizer o que não consegue ser dito! A minha luta é para acabar com essa ideia de julgamentos, de uma padronização de modelos e gêneros na moda! Isso é tão antigo, gente!”, ensina. Temos muito que aprender com Thaís Müller!
Você tem 26 anos de idade e 23 de carreira. Como foi crescer trabalhando?
Acho que me tornou a pessoa responsável que sou hoje. Tanto para horários, como para datas, difícil eu esquecer um compromisso. Tenho tudo anotadinho na minha agenda ! Cresci trabalhando e sendo atriz, a profissão só me trouxe maturidade e aprendizados.
A minissérie Lia representa uma mudança na sua carreira, com um personagem mais adulto. É um marco?
Com certeza! Acho que é a primeira mulher que interpreto. No meu último trabalho, Dez mandamentos, a Jerusa começou muito menina e foi ganhando experiências de vida e crescendo durante a trama. Mas em Lia, a Zilpa é uma mulher que teve muita dificuldade na vida, e, com isso, conquistou uma força e uma fé que são admiráveis. Tive que encarar alguns desafios ao fazer certas cenas difíceis e ela me proporcionou isso. Um marco na carreira, pois as pessoas podem começar a me enxergar diferente também, não mais como uma menina.
Sua primeira novela já foi com direção do Walter Avancini, que tinha fama de ser duro com os atores. Como era a sua relação com ele?
Eu era a mais nova do elenco, a mascote. Tinha 7 anos e por mais que falem isso, eu não lembro dele assim. Sempre fui tratada muito bem, ele que me colocou ali, me escolheu a dedo, mudou a idade da personagem porque gostou de mim, então não tenho o que falar mesmo. E acho que, como criança, se tivesse presenciado algo, lembraria! Tive uma relação linda com ele, parecia avó e neta. Foi pouco tempo juntos, mas o levo como um mestre nessa profissão!
Você é filha dos atores Anderson Müller e Marcela Muniz . Como isso influenciou na escolha da sua carreira?
Nasci vivendo nesse meio, dormindo com coxias e camarins de teatros, rodeada de artistas. Fui me encantando aos poucos pela arte, e por mais resistente que meus pais fossem com isso, chegou um momento que eles perceberam que não tinha muito jeito. O bichinho do artista já tinha me picado! Então, com certeza eles tiveram uma influência enorme, mas foi a minha paixão que foi decisiva para eu estar aqui hoje!
Além de atuar na peça Missão super secreta, você é produtora. Como é o lado da Thaís produtora?
Estou descobrindo aos poucos! Mas olha, não é nada fácil viu?! Acho que no momento atual que vivemos da cultura, nós artistas, não podemos esperar um convite ou algum produto de braços cruzados, nada mais cai de mão beijada pra você. Por isso que sempre estou me mexendo, estudando e também quis produzir. Acho que é uma nova área que estou descobrindo aos poucos, o que é bom pra mim como artista também, conhecer um outro lado, aquele que trabalha com você diariamente, conhecer as dificuldades, os desafios. Estou adorando e vão vir outros espetáculos por aí!
Você também é estilista da grife Lado Tê Ateliê. Como é sua relação com a moda?
Sempre gostei muito! Mas me apaixonei mesmo durante a faculdade! Acho que a moda é muito pessoal, vai de cada um mesmo. Eu gosto de acompanhar o que anda saindo, mas não é tudo que visto ou compro. Sou adepta de você se sentir bem, bonita, do jeito que quiser! O meu lado consumista também mudou muito, é difícil gastar muito com roupas. Gosto dessa ideia de moda acessível, tanto que minhas peças são bem baratas, pois são artesanais, feitas por mim. Acho que as pessoas têm que valorizar aqueles que fazem, pois tem muitas pessoas talentosas por aí, e não só as grandes marcas e empresas!
A moda veio cedo como a relação com a arte ou demorou mais?
Percebi que era paixão durante o curso mesmo! Mas depois percebi que já fazia parte da minha vida a tempos. Sempre em algum trabalho ficaria enlouquecida com o figurino, amava dar palpites. E em casa sempre modificava as minhas próprias roupas! Pegava um vestido meu e transformava em outra peça por exemplo!
Você aproveita a Lado Tê Ateliê para criticar padrões impostos pela sociedade. Como é essa luta? Sente preconceito por abraçar essa causa?
Não consigo entender essa palavra padrão! Não entra na minha cabeça aquele que disse certa vez o que era certo ou errado! A moda é uma aventura, um lugar onde você pode se expressar pelo o que tá vestindo, onde você pode dizer o que não consegue ser dito! A minha luta é para acabar com essa ideia de julgamentos, de uma padronização de modelos e gêneros na moda ! Isso é tão antigo, gente! Minhas camisas são unissex, para qualquer pessoa vestir e se sentir bem, independentemente do seu corpo ou da sua opção! Todo mundo é igual e a gente precisa entender isso de uma vez por todas! E com a moda não é diferente! Eu acabei de dar uma saia de presente de aniversário para o meu namorado. Ele ama usar e, quando me apaixonei por ele, ele estava usando uma. Achei tão sexy! Eu amo pegar emprestado as roupas dele também. A moda é pra gente se divertir! E se você começar a pensar assim, você vai ver o quão divertido é!
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