Terceira temporada de Succession termina neste domingo

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Succession, com toques de Shakespeare, encerra a terceira temporada no HBO Max falando com propriedade da disputa por poder

Quando Game of Thrones anunciou que chegaria ao fim, imediatamente os amantes de série de televisão levantaram a questão: “Qual vai ser a próxima grande série?”. A disputa pelo trono de ferro dos seriados estava aberta, era necessária uma produção com impacto social, com uma legião de fãs e, principalmente, com qualidade irrefutável para assumir um lugar daquela que, por oito anos, juntou milhões de pessoas em frente ao sofá nas noites de domingo.

Por ironia do destino, ou uma coincidência muito peculiar, a sucessora de Game of Thrones tem sucessão como nome. Succession, série que chega ao último episódio da terceira temporada na noite deste domingo (12/12), trouxe aos fãs a trama que fazia falta nas noites de domingo. Logan Roy (Brian Cox), o dono do multibilionário conglomerado de comunicação Waystar Royco, começa a lidar com problemas da idade e precisa pensar em quem será o próximo nome no comando. Os postulantes ao cargo são justamente três de seus filhos, Kendall (Jeremy Strong), Roman (Kieran Culkin) e Siobhan (Sarah Snook).

Porém, a questão que fica é como uma história de uma família bilionária vivendo das burocracias, logísticas e politicagens pode ser a herdeira de um lugar ocupado por guerras, dragões e monstros de gelo. A resposta está apenas em uma palavra: poder. Tanto Succession quanto sua antecessora fantástica de sucesso falam sobre a disputa pela coroa, sobre quem no final sentará acima do restante e terá o poder.

São as dinâmicas de poder que interessam ao público. Afinal, a maioria dos espectadores tem a mesma familiaridade com 1 bilhão de dólares e com um dragão — são duas realidades inimagináveis para a pessoa média que acompanha séries de televisão. O interesse é pelo drama, pela tensão, por saber quem vai ter a melhor estratégia para conquistar o tão sonhado poder. E, nesse sentido, a família Roy e suas reuniões de acionistas levantam o público da cadeira tanto quanto qualquer batalha travada pelos Starks na obra criada por George R.R. Martin.

Succession é uma jornada shakespeariana. Assim como Rei Lear, três herdeiros querem provar ao pai que são dignos do poder que está por vir com o passar do implacável tempo. A ansiedade pelo desfecho de mais uma temporada com a qualidade para dominar premiações voltou, só que, desta vez, não foi preciso grandes explosões e seres fantásticos, mas, sim, algumas ligações, papeladas para assinar e, principalmente, bilhões de dólares.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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