Sucesso do History Channel, o programa Desafio sob fogo estreia nesta quinta-feira (13/8), às 23h, a terceira temporada da versão regional que conta com participação de cuteleiros do Brasil e da América Latina. Dessa vez, a atração terá a presença de um brasiliense. É Cléber Melo, 42 anos, que, há três anos largou a carreira em tecnologia para se dedicar ao ofício de forjar facas.
O candango foi selecionado para a temporada após se inscrever pela internet. “Eu via o programa pela tevê e fiquei de olho para quando fossem abertas as inscrições. Preenchi minha inscrição, fui selecionado para o casting de vídeo. Me pediram para fazer um vídeo das etapas da produção de uma faca, desde a forja ao acabamento e o tratamento técnico. Depois outro vídeo sem cortes testando essa faca. Fiz uma entrevista via Skype falando sobre processos e técnicas de confecção de faca”, lembra.
Cléber integra o elenco da temporada ao lado de mais três brasileiros: Juliana Baioco (ES), a primeira mulher a participar da competição, Milton Rodriguez (PR) e Sandro Boeck (RS). Além disso, a atração tem a participação de um argentino, um colombiano e dois mexicanos sob comando do novo apresentador Michel Brown e dos jurados Mariano Gugliotta, Ricardo Vilar e Doug Marcaida.
Como de costume, os participantes terão as habilidades da cutelaria testadas em provas que consistem na produção de facas a partir de materiais inusitados. “O desafio começa na hora que eles tiram o paninho da faca e mostram qual o material que teremos que usar. O coração bate forte mesmo. Você começa a pensar, fazer aquele processo mental para fazer uma faca boa, funcional e que agrade aos jurados. É uma experiência muito louca. É pressão total”, explica Cléber.
Para o brasiliense, o maior desafio da atração é exatamente o fato de ter que sair da zona de conforto e trabalhar com materiais diferentes dos disponíveis na oficina dele. “A lição que a gente aprende ali é que, por mais difícil que seja uma situação, se você trabalhar focado e manter a calma, consegue entregar um bom resultado”, revela.
Cléber Melo diz ainda que, no programa, fez grandes amigos. “Com os jurados o único contato que temos é na hora do programa. Mas com os outros competidores você acaba fazendo amizade. Viramos irmãos de forja. Mantenho contato com todos eles. A gente se fala quase que diariamente desde o fim do programa”, acrescenta.
A terceira temporada é composta por oito episódios em que os participantes se enfrentam em provas complexas que os deixam mais perto do prêmio de US$ 10 mil. As duas primeiras temporadas da versão latina foram vencidas por brasileiros: Tom Silva (2018) e Daniel Jobim (2019). Será que o prêmio virá para o Brasil pela terceira vez? Na estreia, os competidores farão uma faca de astronauta com barra de aço 1070 e lixo tecnológico.
Como você se iniciou na cutelaria?
Eu trabalhava como gerente de tecnologia. Ficava a semana toda mexendo em computadores e sistemas. Até que um chefe meu que veio de São Paulo me disse que ia ter um curso de cutelaria na UnB. No ano seguinte que ele fez, fiz também. Comecei a fazer facas em casa, depois fui convidado para ser monitor do curso. Trabalhei como instrutor durante quase 8 anos. Depois de um certo tempo resolvi fazer o curso da minha oficina. Foi uma mudança de paradigma.
Desafio sob fogo é um programa de sucesso. A que atribui a boa repercussão do atração aqui no Brasil?
O brasileiro em si gosta de festa e de churrasco. A possibilidade de poder fazer a própria faca é uma coisa que encanta muita gente. Vem dos primórdios do ser humano. É uma coisa que chama a atenção. A cutelaria no Brasil está crescendo bastante desde o início do programa. Houve um boom da cutelaria aqui. Várias pessoas se interessaram em comprar facas. É uma coisa que despertou mesmo a curiosidade do brasileiro.
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