O The voice Brasil chega à 11ª edição. Antes de começar, a temporada estava fadada à pior armadilha em que um reality show pode cair: o de virar mais do mesmo, com uma disputa previsível. A mudança de apresentador para Fátima Bernardes e a substituição de Carlinhos Brown por Gaby Amarantos no corpo de técnicos já anunciavam que poderíamos ter novidades, mas só isso não bastaria.
Era preciso que o programa voltasse a nos surpreender com o que se propõe revelar: vozes. As temporadas mais recentes tinham bons cantores, mas a receita era conhecida: sertanejos e sambistas, vozes fortes, muitas vezes vindas da região Sudeste. É na representatividade que esta temporada do The voice Brasil acerta.
Musicalmente, tivemos, sim, o samba e o sertanejo e não há mal nenhum nisso. Mas ouvir rap, música regional e outros sons também foi muito bom. Da mesma forma, regionalmente houve avanços, com representantes das cinco regiões se apresentando de forma igualitária. O DF é representado por Bell Lins, potente voz do time Iza, que está classificada para a fase de batalha dos técnicos.
Na terceira fase, o programa, que tem a final prevista para o dia 29 deste mês, já tem alguns favoritos. O hexacampeão Michel Teló tem no time dele Makem, cantor de Fortaleza que se denomina “híbrido” e vem chamando a atenção pela técnica e pela delicada força que leva ao palco. Mais doce, Sá Biá, de Pelotas (RS), divide as cores e o time com Makem. Espero que Teló não tenha colocado as duas vozes para duelar. Já Gaby Amarantos tem, entre os pupilos dela, o carioca César Soares, cuja figura no palco lembra Ney Matogrosso de Secos e Molhados.
É muito bom ver na televisão aberta corações e ouvidos escancarados para a diversidade, como deveria ser em outras produções e searas, como a teledramaturgia ou o telejornalismo. Afinal, o reality está à procura da melhor voz do país sem se prender a gênero, cor ou endereço.
Liga
A segunda temporada da premiada The White Lotus, da HBO Max, consegue ser ainda melhor do que a primeira. Mesmo com a sensacional Jennifer Coolidge aparecendo menos, as novas histórias são hilárias e o roteiro nos prende. Tem cheiro de mais prêmios no ar!
Desliga
Um dos gols de placa dessa Copa do Mundo não vem dos campos: é a maior participação das mulheres, tanto na reportagem como nos comentários e na narração. Pena que algumas estrelas não têm dado o verdadeiro valor a isso. A maior (e talvez mais egocêntrica) delas, Galvão Bueno, praticamente ignora a colega Ana Thaís Matos, por exemplo. Pior: repete o que ela diz em seguida como se fosse comentário dele. Passou da hora de se atualizar, Galvão!
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