Quem acompanha as maldades de Fani na novela Orgulho e paixão nem imagina que tudo que a atriz Tammy di Calafiori quer é fazer o bem. Tanto que ela viajou para países, como Vietnã, Grécia, Tailândia e Índia realizando trabalhos voluntários.
“Através da minha profissão eu, Tammy, tenho uma exposição, uma voz, e escolhi usar essa voz para levantar também assuntos socialmente importantes”, afirma a atriz, em entrevista ao Próximo Capítulo. O interesse de Tammy por causas sociais começou cedo, ainda na época da escola. “Cresci com essa conscientização e sempre adorei”, completa.
Talvez por isso mesmo, Tammy afirme que não sabe se está preparada para ser odiada nas ruas pelo trabalho como Fani, a primeira vilã da carreira. “Quando acabo de gravar as cenas da Fani, fico um tempo no camarim renovando minha energia. Faço alguns exercícios de respiração para não sair de lá sobrecarregada. É um desafio pra mim fazer uma vilã e estou adorando”, comemora Tammy, que tem, entre os personagens dos sonhos, personalidades como Joana d’Arc e Pagu.
A Fani é sua primeira vilã. É muito diferente para uma atriz viver a mocinha ou a vilã? Por que?
É muito diferente sim. Quando acabo de gravar as cenas da Fani, fico um tempo no camarim renovando minha energia. Faço alguns exercícios de respiração para não sair de lá sobrecarregada. É um desafio pra mim fazer uma vilã e estou adorando.
Está preparada para ser odiada nas ruas?
Não sei. Ainda não passei por isso! Vamos ver (risos).
Como foi a preparação para a Fani, que é uma personagem de época?
Eu me inspirei em alguns filmes para compor Fani, como Vestígios de um dia, O piano, Casa dos espíritos. Além do Mansfield Park, conto da Jane Austen.
Como é sua relação com a obra de Jane Austen?
Eu li, quando adolescente, Orgulho e preconceito. Reli para a novela e assisti aos filmes. Jane tem uma maneira muito sutil de abordar temas muito interessantes.
Você tem projetos sociais no Brasil e no exterior. Conte um pouquinho sobre esse seu lado engajado.
Na minha adolescência, existia um projeto social dentro da minha escola. Íamos em creches, asilos, hospitais, então eu cresci com essa conscientização e sempre adorei. Quando acabei Os dez mandamentos, uma amiga estava indo trabalhar como voluntária nos acampamentos dos refugiados na Grécia e me juntei a ela. Foi uma experiência única e transformadora. Ano passado também fui voluntária em um orfanato no Vietnã.
Esse engajamento é uma forma de fazer política, na sua opinião?
Eu sou atriz, eu amo a minha profissão. Através dos meus personagens posso emocionar, fazer as pessoas refletirem, se sensibilizarem. Através da minha profissão eu, Tammy, tenho uma exposição, uma voz, e escolhi usar essa voz para levantar também assuntos socialmente importantes.
Fazer política — seja partidária ou não — é uma obrigação do artista?
Não, não é uma obrigação. Cada pessoa escolhe seu caminho e estamos aqui para respeitar e aceitar todos. Mas eu vou sempre que puder usar minha voz e minha pessoa para uma sociedade melhor para todos.
No filme A suprema felicidade você interpretou Marylin Monroe. Como foi essa experiência?
Essa foi a personagem que mais me desafiou em todos sentidos. Fiz uma stripper, então, mergulhei nesse universo que, até então, era distante do meu. Aprendi muito durante esse filme, pude quebrar tabus, preconceitos, além do presente que foi trabalhar com Arnaldo Jabor.
Que outras divas da cultura você gostaria de interpretar? Porque?
Gostaria de interpretar mulheres de fibra como Joana D’Arc, Olga Benário, Patrícia Galvão (a Pagu), entre tantas outras, exemplos de vida para mim.
Depois de O rico e o Lázaro você mudou de visual. Foi uma escolha sua ou foi um exigência para a Fani?
Foi uma adequação para Fani. Para ela, queríamos uma figura mais forte e o cabelo escuro ajuda.
Quase todas suas novelas foram de época. O quanto a caracterização seguindo uma década ou as roupas das tramas bíblicas ajudam na composição dos personagens?
Ajudam muito, mas não só em novela de época! Para cada personagem é necessário criar um visual que se adeque àquela figura. Eu particularmente, adoro! Não tenho apego, gosto de mudanças.
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