Três sucessos da teledramaturgia voltam segunda-feira (16/5): A favorita (Globo), Pão-pão, beijo-beijo (Viva) e Anjo mau (Globoplay)
Segunda-feira (16/5) vai ser um dia para noveleiro nenhum botar defeito. Três novelas que fizeram sucesso quando exibidas pela primeira vez estão de volta. A favorita (2008), de João Emanuel Carneiro, estreia no Vale a pena ver de novo; Pão-pão, beijo-beijo (1983), de Walther Negrão, chega ao Viva, às 14h15; e o remake de Anjo mau (1997), de Maria Adelaide Amaral, estará disponível no catálogo do Globoplay. Para completar, desde a semana passada, o Globoplay também exibe a minissérie Anos dourados (1986), de Gilberto Braga.
A favorita faz jus ao nome. Não é de hoje que, a cada vez que uma novela está perto de acabar no Vale a pena ver de novo ou no Viva, os internautas pedem a volta da trama de João Emanuel Carneiro. Não à toa, o título foi o escolhido para ser o primeiro no projeto de resgate do Globoplay, em 2020. Curioso que a novela não conquistou o público de cara. Pelo contrário. Sem o roteiro apresentar claramente quem era a vilã e quem era a mocinha, muita gente se viu perdida entre Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Claudia Raia). Essa dualidade, também levada para outros personagens, era, na verdade, o grande diferencial de A favorita e o que a coloca no rol de novelas marcantes até os dias de hoje.
No início da trama, temos Flora presa, acusada de ter matado o amante, Marcelo (Flávio Tolezani), marido de Donatela. Ela fica 18 anos atrás das grades, tempo em que Donatela cria a filha de Flora, Lara (Mariana Ximenes), como se fosse dela. Quando Flora sai da cadeia, Donatela está casada com o ex-marido dela, Dódi (Murilo Benício). Ela jura se vingar da ex-melhor amiga e passa a contar uma versão do crime em que Donatela atira em Marcelo. Personagens como os pais de Marcelo, Gonçalo (Mauro Mendonça) e Irene (Glória Menezes), se dividem e não sabem em quem acreditar. O texto engenhoso de João Emanuel Carneiro ajuda a nos confundir até a revelação do que realmente aconteceu.
Exibida originalmente às 21h, A favorita pode ter problemas com o horário do Vale a pena ver de novo. Não são poucas as cenas com diálogos “pesados” e violência explícita, como a sanguinolenta morte de Gonçalo, sequência que já virou clássica. Além das protagonistas, atores como Ary Fontoura, Murilo Benício e Giulia Gamm brilharam.
Diferenças sociais
A luta entre classes e as discrepâncias sociais são o principal mote de Pão-pão, beijo-beijo. As diferenças culturais entre a Itália e o Nordeste brasileiro também acabam dando o tom do folhetim. O encontro entre as realidades se dá num acidente de trânsito, quando a rica Bruna (Elizabeth Savala) bate no ônibus dirigido por Ciro (Cláudio Marzo) e na carroça de Soró (Arnaud Rodrigues). Como compensação pelo prejuízo, Bruna convida Ciro e Soró para trabalharem na rede de cantinas italianas que a família dela comanda.
Os dois homens acabam ficando amigos. Ciro se demonstra mais ambicioso e tenta conquistar Bruna, mas acaba chamando a atenção também da irmã dela, Luísa (Maria Cláudia), e virando alvo de disputa entre as duas.
Já Soró leva para o Rio de Janeiro a família dele, que morava no Nordeste: a mãe, Donana (Laura Cardoso), a tia Lala (Regina Dourado) e as irmãs Mariana (Tânia Loureiro) e Regina (Marcela Muniz). Logo, uma amizade nasce entre Soró e o menino Geninho (Paulo Vignolo), primo de Bruna e Luísa.
Remake de sucesso
Vinte anos depois da primeira Anjo mau, escrita por Cassiano Gabus Mendes, o folhetim ganhou nova roupagem com esse remake, assinado por Maria Adelaide Amaral. Exibida às 18h, a novela deu certo e fez sucesso à época, mesmo que o público tenha estranhado as diferenças entre as protagonistas das duas versões.
Coube a Glória Pires o papel da ambiciosa babá Nice, antes defendida por Susana Vieira. Mais humana, a Nice de Maria Adelaide Amaral transita entre a mocinha e a vilã, levando o público a se identificar com a história da babá que se apaixonou pelo tio da criança de que cuida, Rodrigo (Kadu Moliterno). O romance deles não encontra apoio nem na família dela, nem na dele.
Os pais dela, o motorista Augusto (Cláudio Corrêa e Castro) e Alzira (Regina Dourado), não aprovam o namoro por temer que o abismo social entre os dois faça a Nice sofrer. A diferença social entre os dois também é apontado como entrave para que os irmãos de Rodrigo, Stella (Maria Padilha) e Ricardo (Leonardo Brício), apoiem que o empresário termine o noivado com Paula (Carolina Ferraz) para ficar com Nice. Mas a babá vai devagar conquistando algumas pessoas e descobrindo segredos de outras, o que a leva a fazer chantagem sem pudor algum.
Com o desenrolar da trama principal, as histórias paralelas ganham destaque. É o caso da “libertação” de Teresa (Luiza Brunet) do casamento de fachada com Rui (Mauro Mendonça). Aos poucos, ela resgata as origens humildes, num bonito arco que culmina com as pazes entre ela e a mãe, Cida (Léa Garcia). O núcleo dos divertidos e deslumbrados Elisinha (Ariclê Perez), Clô (Beatriz Segall) e Américo (Sérgio Viotti) também se destacou.
Amor proibido
Desde segunda-feira, o Globoplay trouxe de volta um clássico: Anos dourados. A minissérie de Gilberto Braga apresentou ao Brasil Malu Mader e Felipe Camargo como os protagonistas Lurdinha e Marcos. Eles se apaixonam à primeira vista, mas precisam se encontrar às escondidas porque os pais dela, Carneiro (Cláudio Corrêa e Castro) e Celeste (Yara Amaral), não aceitam que a filha namore o filho de pais separados.
Anos dourados trouxe outros assuntos tidos como tabus para os anos 1950, quando se passa a ação, como desejo feminino, virgindade, aborto e desquite. O elenco da minissérie ainda traz Betty Faria, Isabela Garcia, José de Abreu, Taumaturgo Ferreira e Nívea Maria, entre outros.