Ao Próximo Capítulo, elenco falou da segunda temporada de Pennyworth, série que aborda o passado de Alfred, o mordomo do Batman
A história de Bruce Wayne, o Homem-Morcego, foi contada diversas vezes nos quadrinhos e no audiovisual. Nos últimos anos, os personagens secundários da trama de Batman acabaram ganhando os holofotes antes apenas do herói. De 2014 a 2019, a série Gotham abordou o passado de James Gordon (Ben McKenzie), o comissário Gordon. No mesmo ano em que o seriado chegou ao fim, duas outras tramas deram espaço para Batwoman (HBO), a prima de Batman, e para o mordomo Alfred, estrela de Pennyworth (Starzplay).
Neste domingo, Pennyworth chega à segunda temporada com novos episódios no serviço de streaming Starzplay. A sequência foi filmada no ano passado em meio à pandemia de covid-19. Parte da série havia sido gravada antes da quarentena, até que as filmagens foram retomadas em agosto para que os novos episódios fossem finalizados. “Tivemos um ótimo time nos guiando, obviamente seguimos todos os protocolos. Foram três meses de filmagem sem pausa, em que as máscaras se tornaram parte da rotina”, lembra Jack Bannon, o intérprete de Alfred Pennyworth (foto), durante coletiva de imprensa da qual o Próximo Capítulo participou.
Pennyworth explora o início da vida de Alfred, um ex-soldado britânico que busca formar a própria empresa de segurança e acaba se tornando alvo da Raven Society, grupo que pretende assumir o governo britânico e onde trabalha a sociopata sádica Bet Sykes (Paloma Faith), grande vilã da trama. A partir daí, ele se aproxima dos “futuros pais de Bruce”, Thomas (Ben Aldridge) e Martha (Emma Paetz), que trabalham como agentes do governo estadunidense. A narrativa está contextualizada entre os anos 1950 e 1960, unindo fatos reais e inventados.
Novos episódios de Pennyworth
Na sequência, a narrativa se passa um ano após os acontecimentos da primeira temporada, quando há uma guerra civil instalada em Londres. Cada um dos personagens está num caminho distinto à temporada anterior. A intenção da série é se aprofundar e explorar outras nuances dos personagens. Alfred, por exemplo, abriu um cabaré para tentar fugir para os EUA. “Alfred começou a primeira temporada no Exército, agora ele já teve outras experiências, está num lugar diferente, de vulnerabilidade”, completa Jack.
Vulnerabilidade também é a palavra para definir Bet na segunda leva de capítulos. “O melhor foi poder explorar mais fundo. Ela é promovida, ganha mais poder e percebe o significado disso”, comenta Paloma Faith. A situação de Martha e Thomas passa por mudanças. A primeira se vê mais em paz consigo mesma, ao tentar entender o papel dela nessa sociedade. “Ela é devota à causa e ao ideal. Na primeira temporada, ela está longe de quem é, mas na segunda ela experimenta um senso de paz sobre si mesma”, revela Emma.
Já para Thomas, a trama passa a se aprofundar na criação da relação entre ele e Alfred. “Thomas é quem sempre está precisando de algo de Alfred. Ele quer a amizade, mas o Alfred não confia nele. Acho que nessa segunda temporada vemos pela primeira vez o Alfred indo pedir ajuda. Isso muda o jeito como eles se relacionam. Vemos momentos legais deles”, explica Ben, o intérprete do personagem.
A segunda temporada é composta por 10 episódios, que serão lançados semanalmente. Pennyworth foi criada por Bob Kane e Bill Finger com roteiro de Bruno Heller.
Trechos da entrevista com o elenco de Pennyworth
Como estarão os personagens na segunda temporada?
Emma Paetz: Desde o final da primeira temporada, um ano se passou. Os personagens estão dentro do enredo da Guerra Civil. Martha descobre um senso de propósito, de revolução. Também de como é ser uma mulher nesse mundo. Thomas volta e as expectativas que ela tinha são diferentes de quando ele saiu.
Ben Aldridge: Thomas passou um ano em Gotham. Veremos na segunda temporada ele empolgado com o cargo na CIA em Londres. Ele descobre que precisa fazer alianças. Na primeira temporada, vimos um lado ingênio. Agora, veremos um lado mais cínico. Ele se torna mais frio. E Martha vai ajudá-lo a voltar ao senso de justiça e de honra. Isso que é interessante e complicado na relação deles. Eles tentando se ajudar.
Jack Bannon: Na primeira temporada, ele está mais próximo do egoísmo. Ele quer deixar o que aconteceu na América para atrás.
Paloma Faith: Pra mim foi realmente importante voltar para entender a personagem com mais profundidade. A primeira temporada foi uma introdução. A segunda é mais sobre colocarmos as dimensões desses personagens. Para Bet, no início da primeira temporada, (me preparei) a partir de uma serial killer britânica que matou crianças. Assisti documentários sobre ela e outras assassinas. Trouxe um pouco delas e foquei minha atenção nas desordens psicológicas da personagem.
Como é viver personagens conhecidos do público?
Emma Paetz: Essa é uma versão deles bem desconhecida. Mesmo sabendo que eles vão se casar e que serão pais do Batman, não sabemos como foi o casamento deles, como chegaram até lá. Não podemos fazer essas suposições. É legal atuar e ver a fundação dessas coisas. O que vimos antes era a mãe de um adulto que morre. Mas quem era a Martha quando estava viva?
Ben Aldridge: Acho que é empolgante e raro ter a chance de fazer um personagem que todo mundo sabe o nome. Mas não os conhecemos de verdade, sabemos pouco sobre eles. Você fica empolgado de fazer um personagem famoso, mas, neste caso, tem uma liberdade que tira a pressão. Não tínhamos críticas porque eles não conheciam os personagens.