A série Rensga hits, sucesso do Globoplay, tem sabor de infância para o ator Sidney Santiago Kuanza. O intérprete do cantor sertanejo Théo já tinha ligação com o ritmo dominante na série, espécie de drama musical, desde a infância.
Nascido no litoral paulista, Sidney lembra que na colônia de pescadores onde foi criado o sertanejo e o modão davam o tom do que tocava no rádio da família. “Na minha infância, a música sertaneja e o modão era o que tocava em nosso radinho velho. Tenho a memória desse cancioneiro todo. O hit desse tempo era Pinga ni mim, do Sérgio Reis”, recorda-se, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Na série, Théo faz sucesso ao lado da irmã, Thamires (Jeniffer Dias). Em cena, os dois soltam a voz e se arriscam em elaboradas coreografias. Resultado de muito estudo, como conta o ator: “(Tive) muitas aulas de canto, prosódia e inúmeras horas lendo sobre a indústria do sertanejo. As idas a Goiânia também foram os pontos centrais dos estudos. Eu dancei por 9 anos e tinha cantado em alguns espetáculos, porém não sou cantor.”
Mas a parceria entre os dois não vai a mil maravilhas porque Théo ganha mais dinheiro e visibilidade do que a irmã, atitude reforçada até mesmo pela mão deles. “Esse contexto dos irmãos mostra como ainda é comum a diferença salarial entre homens e mulheres ocupando as mesmas posições. Mas também mostra como a educação machista está presente em todas as classes e contextos sociais. Rensga Hits vem de forma muito inteligente desvelando essas violências que ainda hoje são naturalizadas e não podemos mais aceitar”, reflete Sidney.
O universo musical também estará nos dois próximos projetos do ator: o filme O meu sangue ferve por você, sobre a trajetória de Sidney Magal, e o espetáculo de dança Me disseram que eu era brasileiro, com o qual o ator volta aos palcos em 2023. “O filme mostra ao público os bastidores do amor de um grande astro brasileiro que durante muito tempo foi impedido pela indústria de mostrar essa história. É um filme leve, divertido e assim como Rensga tem muita música para chegar nos corações. E Me disseram que eu era brasileiro e é uma obra que vai se relacionar com o mito da democracia racial”, adianta.
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