Série nacional As seguidoras apresenta a vida dupla na internet

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As seguidoras estreia hoje na Paramount com uma mistura de comédia e suspense sobre uma influencer serial killer

Por Pedro Ibarra

A comédia não se resume só ao riso. O gênero é um terreno fértil para críticas por meio do cômico. A partir da ideia de rir enquanto questiona aspectos da sociedade, a Paramount apresenta a série As seguidoras. Coprodução da plataforma com o Porta dos Fundos, criada por Manuela Cantuária e protagonizada por Maria Bopp, conta ainda com nomes como Gabz e Raissa Chaddad no elenco.

O seriado acompanha Liv, personagem de Bopp, uma influencer de estilo de vida e hábitos saudáveis que, na gana por conquistar mais seguidores, acaba levando uma vida dupla como serial killer. Ela tem que lidar com a concorrência da influenciadora Ananda, vivida por Raissa, no âmbito digital, e com a investigação da podcaster Antonia, interpretada por Gabz, no que diz respeito aos crimes praticados.

As seguidoras foca em uma crítica ferrenha aos movimentos mais atuais das redes sociais, como a positividade tóxica e a cultura do cancelamento, mas, principalmente, a forma como se dá palco para vidas impossíveis no mundo on-line. “Eu percebi que era um discurso muito perverso, seguir a vida que se vive nas redes sociais”, explica Manuela Cantuária, criadora que também é roteirista do Porta dos Fundos. “A discussão sobre assuntos como positividade tóxica ainda vai engrenar”, avisa a showrunner.

Porém a série é uma grande mistura. Tem suspense, comédia e crítica. “Queremos que as pessoas reflitam, mas também deem risada”, afirma Manuela. Para isso, apostaram em mesclar características de um thriller com um roteiro majoritariamente cômico, com referências de produções estrangeiras como Barry e Killing Eve.

“O principal é ser um thriller cômico, não me lembro de nada como essa série no Brasil”, pontua Maria Bopp, que acredita que o trabalho dos roteiristas foi bem-feito. “Um roteiro incrível. Quando recebi, não conseguia parar de ler”, diz a atriz, conhecida também por viver a blogueirinha do fim do mundo, uma série de esquetes no Instagram. “É uma boa metáfora sobre quem a gente é on-line e off-line”, conclui Gabz.

A série é marcada como a primeira produção brasileira original para plataforma Paramount , que chegou a lançar o especial de Natal do Porta dos Fundos, mas, pela primeira vez, assina junto o processo de um produto audiovisual brasileiro. “Poder estar aqui representando o Brasil na Paramount me deixa muito feliz”, comenta Gabz. “É um misto de felicidade e ansiedade para a estreia”, complementa Raissa Chaddad.

E o elenco tem mais a comemorar. Além de estrear o Brasil em uma nova plataforma, faz história como uma das séries brasileiras com mais mulheres, tanto nos papéis principais quanto por trás das câmeras. “É uma série protagonizada por mulheres, mas também com muitas mulheres na produção, com posições de poder, com capacidade de escolha”, analisa a diretora dos episódios, Mariana Yousseff. “Um trabalho que será um marco, tanto na frente quanto atrás das câmeras”, prevê.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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