Dos livros de história para um épico no streaming. A trajetória da primeira volta ao mundo feita pelo homem vira série na Amazon Prime Video. Protagonizada por Rodrigo Santoro e Álvaro Morte, Sem limites mostra os percalços do português Fernão de Magalhães e toda a tripulação para conquistar uma das maiores descobertas das grandes navegações: a de que a Terra é esférica. A produção estreia na próxima sexta-feira, 8 de julho.
O seriado acompanha a nau comandada por Fernão de Magalhães, vivido por Santoro, um homem que tem a ambição de encontrar um caminho distinto para chegar até as especiarias indianas — uma forma mais rápida de dominar esse rico mercado da época. Sem apoio de Portugal, o aventureiro busca a Espanha, que topa a empreitada. Com uma tripulação formada por todos os tipos de renegados, Magalhães encontra no presidiário Juan Sebastian Elcano, personagem de Morte, o capitão perfeito para o barco.
“A aposta é em uma grande história. O que me chamou a atenção é que se trata de uma grande história, com grandes personagens, especialmente Fernão de Magalhães”, afirma Rodrigo em entrevista ao Correio. O ator, que treinou o sotaque português e estudou por nove meses para viver o comandante, se diz fascinado pela figura histórica. “O que mais me interessava na história era saber o que movia aquele homem. Ele decidiu dar a volta ao mundo, sem GPS, sem nada”, conta.
A história e a forma de contá-la chama a atenção na série. Nenhum dos personagens é pintado como gênio, herói ou vilão. São todos homens buscando alcançar as próprias expectativas em nome de serem lembrados. “O meu objetivo era só um: humanizar aquele homem”, conta Santoro. “Eu quis sair da figura do herói e do vilão e torná-lo humano”, completa.
“Nós estamos falando de estórias e de formas de contar história. É uma grande aventura que apresenta como é possível se entender a história do mundo”, explica Álvaro Morte. O artista pontua que a conquista é muito ambígua e polêmica, alguns entendem Fernão como vilão, outros como herói. Porém a série dá ao público o direito de escolha. “Nessa produção, é possível ver os dois pontos de vista, e o público tem a oportunidade de assistir aos dois e decidir o que eles acham que é correto”, afirma.
“Estamos falando de colonização. Eu acho muito importante, nos dias de hoje, a gente revisitar esse período. Ainda mais, alcançar um público mais jovem para discutir como eram os homens naquele tempo e como é o mundo hoje. Como isso tudo começou”, aponta o intérprete de Magalhães. Ele vê que, com enredos como esse, é possível entender aspectos muito em voga na atualidade, como o racismo. “É muito interessante e completamente necessário falar sobre isso”, completa Álvaro.
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