Hightown estreia, neste domingo, na Starzplay, uma segunda temporada mais profunda e focada nos personagens
Por Pedro Ibarra*
“Cuide de si mesmo. Para salvar a si mesmo, é preciso enfrentar a sua própria verdade”, pontua Monica Raymund como principal mensagem da segunda temporada de Hightown. A atriz, que vive a protagonista Jackie, faz parte de um dos núcleos principais da série, que chega para o segundo ano, na Starzplay, neste domingo (16/10). O seriado promete não só dar continuidade à história como também aprofundar no desenvolvimento dos personagens que o público conheceu em 2020.
Com novas peças no tabuleiro, os novos episódios dão continuidade ao enredo de assassinato, drogas e sexo que se iniciou na primeira temporada, porém com os personagens buscando entender melhor quem são no mundo e buscando outras formas de resolverem os próprios problemas.
“O gênero do ‘quem matou?’ está se popularizando atualmente, porém Hightown não é assim. A produção é sobre aprender quem são esses personagens e descobrir como essas figuras específicas vão resolver o caso, como os criminosos vão tentar escapar e como tudo isso colide”, afirma a showrunner Rebecca Cutter. “Do lado de fora, os personagens parecem melhorar, mas eles continuam sendo quem são por dentro. As falhas vêm cobrar, caso não sejam resolvidas”, complementa.
“A parte emocionante desta série é o fato de ela ser um drama de crime, mas também muito focada nos personagens. Neste ano, nós realmente mergulhamos fundo nos personagens. Nós conseguiremos explorar a vida e os conflitos internos de todos eles”, conta James Badge Dale, intérprete do policial Ray. O ator atribui a densidade da série à forma como ela é escrita, e posiciona Hightown como diferente das demais no que diz respeito ao gênero policial. “Nove de 10 pessoas fazem isso de uma forma, mas nós queremos ser a série que representa o um em cada 10 pessoas”, compara.
A humanidade é essencial para a série. Os personagens são escritos para se assemelharem o máximo possível com pessoas da vida real. “O que eu sempre falo aos atores, e é uma coisa que eu realmente acredito, é que nós não somos ruins, ou bons, gentis ou malvados. Nós temos todas essas características dentro de nós, e meus personagens são assim”, diz Rebecca Cutters.
“É muito importante nos permitirmos abraçar todos os lados de nós mesmos. Nós sempre acreditamos que estamos fazendo o nosso melhor a todo tempo, mesmo que estejamos fazendo coisas ruins. Nós temos sempre as nossas justificativas, então é muito importante fazer personagens que acreditam em si mesmos, ainda que estejam cometendo erros”, comenta Rebecca.
Para Monica Raymund, o telespectador não pode julgar esses personagens muito rapidamente, pois todos têm um lado humano. “Todos possuem defeitos, porque são humanos. O fascinante é assisti-los lidando com as bombas que são jogadas para eles resolverem. Ver personagens falhos lidando com grandes eventos traumáticos é o que faz da série tão convincente”, justifica.
“Este é o grande ponto desta série, todos são muito falhos, mas, ao mesmo tempo, possuem qualidades que os redimem. A genialidade está em todos os personagens estarem dando o melhor que podem e todos acharem que são verdadeiramente os heróis da história”, afirma James Badge Dale, em concordância às colegas de produção.
Dessa forma, o grupo se prepara para entregar novos episódios, e promete alto nível. “Eu sou meio suspeita, eu amo essa temporada, estou superorgulhosa dela, acredito que é melhor que a primeira”, analisa Rebecca Cutter sobre este segundo ano. “A história desta temporada é épica, algo meio shakespeariano. Muitas reviravoltas e encontros ao longo dos episódios”, acrescenta Badge Dale. “Os personagens são bastante dinâmicos, a história fica ainda mais louca e é uma série bem sexy. Acho que as pessoas vão se divertir muito”, completa Monica Raymund.
Dualidade e relações
Um dos principais pontos que rege a segunda temporada de Hightown é o maniqueísmo entre Ray e Jackie, personagens de, respectivamente, James Badge Dale e Monica Raymund. Os dois, que interagiram pouco no primeiro ano, agora terão que desenvolver uma relação mais profissional nestes próximos episódios. “A construção do encontro deles foi essencial para que os dois personagens só interagissem quando fosse importante para a história, até que fosse real”, avalia Rebecca Cutter. “Não é uma relação de parceria policial normal, é muito tensa. São dois personagens muito parecidos, que possuem desejos próprios e egos que conflitam”, adiciona a showrunner.
A proximidade de personalidade e o interesse de ambos os personagens geram uma situação interessante e relacionável, aproximando o público deste relacionamento entre policiais que nem sempre agem da forma correta. “Eles compartilham algumas falhas, eles veem a si mesmos no próximo. Isso cria o que é essa relação de quase irmãos, um relacionamento em que eles têm brigas duras, mas também amam com todo o coração”, aponta Monica.
Para Badge Dale, esse fato tem muito a ver com a química que ele e Raymund possuem em cena. “Eu acho que tem de haver um pouco de magia. Não dá para criá-la ou escrevê-la, ela tem de vir de forma natural. No caso meu e da Monica, nós fomos sortudos, nós apenas achamos. Eu não consigo nem explicar o quanto eu amo e respeito essa mulher, o quanto eu aprendi com ela e a apoio. Eu pararia na frente de um trem em movimento por ela, nós confiamos um no outro”, abre-se o artista sobre a parceira, que concorda que a boa relação fora das câmeras ajuda. “Eu amo o James Badge Dale, ele é uma das pessoas mais maravilhosas que conheci. Ele é um parceiro de atuação incrível, doa muito de si mesmo, está sempre muito disponível e constantemente investindo na história”, fala a atriz.
*Estagiário sob a supervisão de Sibele Negromonte