A série nacional estreia na próxima quarta-feira (8/2) com com uma história sobre religião, crença e ética
Por Pedro Ibarra
O desespero leva uma pessoa a tomar decisões inimagináveis, até mesmo ir contra o que acredita em nome de sair da situação em que está. A nova série nacional da Star+ , Santo maldito, apresenta as consequências do desespero de um homem que muda o próprio entendimentos sobre fé e embarca em um mundo até então desconhecido em nome do dinheiro. A produção é escrita por Rubens Marinelli, Ricardo Tiezzi e Bea Góes e estreia na quarta-feira (8/2). A direção-geral é de Gustavo Bonafé.
A série apresenta Reinaldo (Felipe Camargo), um professor de cursinho ateu que está com a esposa, Maria Clara (Ana Flávia Cavalcanti), internada em estado vegetativo. Em uma atitude desesperada, ele tenta acabar com o sofrimento da mulher, que, em vez de morrer, acorda bem. Uma pessoa filma o ato, que viraliza como um milagre. No desespero por pagar as contas do hospital, Reinaldo aproveita a fama para pregar em um culto e ganhar dinheiro em troca.
A série toca no tema da fé, mas vai além. “A série trata da fé, mas também da ética da fé”, afirmou Felipe Camargo em entrevista ao Correio. O ator acredita que o seriado tem um diferencial por ser muito bem escrito. “A gente partiu de um lugar maravilhoso, é um roteiro muito bom. Foi um ponto de partida magnífico, uma história muito rica, os ganchos são muito bons, as tramas são complexas e a discussão é envolvente”, conta. “Fazia muito tempo que eu não via e participava de uma coisa tão bem escrita”, complementa.
Porém, tratar de fé no Brasil é um assunto delicado, visto que as religiões são muitas e a crença é forte. “A gente está no Brasil, um país muito cheio de fé. Cada pessoa tem a própria e um país com muitas fés e possibilidades de encontrar um caminho”, reflete Ana Flávia Cavalcanti. “A gente sabe que é um tema que vai chegar às pessoas e vai suscitar perguntas e dúvidas”, comenta.
A atriz, no entanto, acredita que o trabalho carrega o respeito como principal característica. “Acho que é uma produção muito respeitosa com todo tipo de fé. Independentemente da crença, dá para se apegar à série”, avalia. O fato não inviabiliza que uma discussão importante seja suscitada. “Eu adoro que a gente abre essa discussão para essa temporada e para as próximas. Pois ficamos vivendo em uma polaridade muito grande nos últimos anos. Isso não leva a gente a lugar nenhum. Temos que dar as mãos e respeitar nossas escolhas”, explica. “Esse tipo de trabalho dá a chance de a gente conversar sobre esses temas.”
Para além do tema, os atores acreditam que Santo maldito é uma credencial do audiovisual nacional para os países estrangeiros. “É muito próspero para o audiovisual nacional uma série dessa estrear em mais de 40 países no streaming”, comemora Ana.