Ricky Whittle, protagonista de American gods, fala da segunda temporada da série que estreia na segunda-feira (11/3) na Amazon Prime Vídeo
São Paulo — American gods (ou, simplesmente, Deuses americanos) é a adaptação seriada do clássico livro de Neil Gaiman, que retrata a guerra entre deuses antigos e novos. Tudo tem início quando Mr. Wednesday (Ian McShane) contrata Shadow Moon (Ricky Whittle) para ser o segurança particular dele em busca das divindades antigas. O objetivo de Wednesday — que, na verdade, é o deus nórdico Odin — é retomar o poder de deuses do passado ante os cultuados nos dias de hoje, como a tecnologia, representada pelo Techno Boy (Bruce Langley) e a Media (Mídia, em português e vivida na primeira temporada por Gillian Anderson e, agora, por Kahyun Kim, na sequência).
Quase um ano após a exibição da primeira temporada, American gods terá novos episódios exibidos a partir de segunda-feira (11) na Amazon Prime Vídeo. Ao todo, serão oito capítulos, que entrarão no serviço semanalmente às segundas. A nova temporada marca a entrada de Chris Byrne no lugar de Bryan Fuller como produtor-executivo. Mas, o protagonista Ricky Whittle, garante que a série segue com a mesma atmosfera, graças ao fato de Byrne ter trabalhado com Fuller em Hannibal.
Em dezembro do ano passado, o ator Ricky Whittle esteve no Brasil para divulgar a série. Em entrevista exclusiva ao Correio, o astro de American gods falou sobre a sequência, que, segundo ele, promete muita ação, romance e ainda mais diversidade.
Entrevista / Ricky Whittle
Sua preparação física para a primeira temporada foi bem difícil. Como foi agora para a segunda temporada?
Eu sinto que o trabalho duro foi feito na primeira temporada, fisicamente — porque eu tive que ganhar peso — e emocionalmente falando. Quando eu terminei de gravar a primeira temporada, eu não tinha perdido muito peso. Além disso, a segunda temporada é um pouco mais solar do que a primeira, então Shadow Moon parece mais “humano” e também já havíamos estabelecido quem era o Shadow e o que precisava fazer. Tive uma preparação de meses na primeira temporada para isso. Agora eu sei quem ele é e para onde ele vai. Para mim, foi muito fácil voltar e atuar com esses artistas fantásticos, como Ian McShane, Emily Browning (a esposa morta de Shadow) e Orlando Jones (Mr. Nancy), com quem eu trabalhei mais nessa temporada.
Como foi gravar a segunda temporada com um novo produtor-executivo?
Chris Byrne, que é o produtor executivo, tem tanta paixão e ele trabalhou com Bryan Fuller em Hannibal, o que fez a segunda temporada ser similar a primeira, porque ele tem a visão criativa do Bryan Fuller. Também temos grande parte do elenco de volta. Foi bem mais fácil voltar para a segunda temporada, porque já havíamos feito um trabalho duro na primeira. Agora é uma história sobre a evolução dos personagens.
O que muda para o Shadow Moon nesta segunda temporada?
Ele está mais proativo e mais agressivo. Ele agora acredita (nos deuses), mas isso não significa que ele entenda e acredite no Mr. Wednesday. Ele sabe que Wednesday está escondendo algo e, nesta temporada, ele fará mais perguntas. Ele não segue mais só os passos de Wednesday, ele vai querer saber mais. Isso criará um atrito entre os dois, que se tornará numa grande combinação para o final da temporada, que será um momento épico.
Dá para esperar mais ação nesta temporada?
Há mais ação, mais amor, mais drama. Haverá uma ótima dinâmica entre Tech Boy e Mr. World. Nancy vai se tornar uma figura paterna para Shadow e isso vai ser muito interessante para a temporada. Vai ser uma temporada com muito mais. Para mim é maior e melhor do que a primeira temporada.
O que você pode falar sobre os novos personagens?
Há muitos personagens novos, mas, pra mim há dois personagens que mudam a vida de Shadow Moon. Um deles é vivido por Dean Winters, o Mr. Stone. Ele vai ser importante na história Shadow. Também há uma personagem bastante conhecida dos livros: Sam Black Crow, vivida por Devery Jacobs. É uma personagem lésbica e isso vai mostrar que American gods continua investindo na diversidade.
Para você, qual é a importância de a série retratar essa diversidade?
É muito importante porque todo mundo precisa se sentir representado quando vê algo na tevê ou no cinema. Pra mim, a cena mais bonita da primeira temporada é a cena de sexo entre dois homens, que foi algo nunca visto na televisão. Não teríamos que estar ainda quebrando essas barreiras. Esse é o mundo que vivemos.
Você acha que tem similaridades com Shadow Moon?
Eu gostaria de pensar que eu sou como ele, na forma de ser alguém positivo. Por sorte, a minha vida não é tão louca como a dele. Ele perdeu a esposa, a mãe quando era uma criança — o que veremos na segunda temporada quando tiver um flashback — e ele não sabia quem era o pai. Mesmo assim ele sempre levanta, continua seguindo e espera que dê tudo certo. E, para mim, é uma linda mensagem para se passar para as pessoas. Não importa as circunstâncias, amanhã é um novo dia e você pode sempre tentar de novo. E, na minha vida, eu sempre falo que não há dia ruins, só momentos ruins. Temos 24 horas num dia, então vamos tentar fazer o máximo para o dia ser melhor.