Ao longo do mês de dezembro, a coluna do Próximo Capítulo, publicada aos domingos na Revista do Correio, reuniu o melhor e o pior do ano no mundo da televisão. Os destaques positivos e negativos de 2019 foram divididos em categorias: reality show, novelas, humor, minisséries e séries, e atores e atrizes. Confira a seguir a retrospectiva completa do ano!
Reality show
Positivo
O ano de 2019 foi marcado pela tentativa de reinvenção do MasterChef — primeiro, ele mudou de dia, para domingo, depois (de volta às terças) fez uma temporada com participantes que já haviam passado pelo reality. Só a tentativa merece aplausos. O quadro Dança dos famosos e o Me poupe! também se destacaram. Mas quem realmente roubou a atenção foi Erick Jacquin e seu Pesadelo na cozinha. A segunda temporada do programa divertiu quem estava em casa com os chiliques e críticas sem medida do francês.
Negativo
A terceira temporada de PopStar foi uma confusão só. Tais Araújo melhorou bastante como apresentadora, mas regras mal-explicadas e tropeços da direção não a ajudam. A repetição deu a tônica de vários reality shows este ano. Big brother Brasil, A fazenda, o quadro Jogo de panelas e The voice foram mais do mesmo. Até o novato Mestre do sabor tem jeitão de requentado. Criatividade e canja de galinha não fazem mal a ninguém!
Novelas
Positivo
E não é que a Globo termina 2019 com três boas tramas no ar? Éramos seis perdeu um pouco o ritmo inicial, mas ainda convence; Amor de mãe começou com a corda toda e emociona a cada capítulo; mas vem de Bom Sucesso a grande surpresa do ano. A novela das 19h é tocante. Na Record, Topíssima marcou a volta da emissora aos folhetins contemporâneos como manda o figurino: temas surpreendentes e atuações corretas.
Negativo
A dona do pedaço fez o que muita gente julgava impossível: nos deixar com saudades da antecessora, O sétimo guardião. A novela de Walcyr Carrasco não acertou em quase nada. O texto era ruim e os protagonistas Juliana Paes (Maria da Paz) e Marcos Palmeira (Amadeu) não convenceram. Quem também decepcionou foi Malhação – Toda forma de amar. A história é boa, mas não sustentava uma temporada tão longa. Aliás, está na hora de a novelinha se reinventar e apostar em um número de episódios menor.
Humor
Positivo
Política e humor fazem uma dobradinha que geralmente dá muito certo. Por isso, dois destaques do ano vêm dessa união: a última temporada de Tá no ar: a TV na TV, com direito a enterro da atração e muito mais, e o ácido Isso a Globo não mostra, quadro do Fantástico cuja estreia pegou muita gente de surpresa. Ainda vale destacar Lady night, programa de Tatá Werneck no Multishow, e Que história é essa, Porchat?, comandado por Fábio Porchat no GNT. No primeiro caso, Tatá reinventou piadas e quadros em função da gravidez. No segundo, Porchat se revelou um ótimo contador de histórias.
Negativo
Está difícil não eleger o Se joga como o pior programa do ano. A atração com Fernanda Gentil, Fabiana Karla, Érico Brás e humoristas que se apresentam semanalmente não emplacou: as brincadeiras são sem graça (às vezes, até escatológicas), a corrida pela fofoca não combina com a proposta do programa e a gritaria é geral. Será que emplaca a segunda temporada? As comédias do Multishow, em sua maioria, precisam urgentemente de reciclagem. Vai que cola, A vila e Tô de graça são tão parecidos que não se sabe quando um termina para o outro começar. A semelhança não para por aí: cadê a graça?
Séries e minisséries
Positivo
Histórias reais inspiraram as melhores minisséries do ano. De forma ficcional, o espectador assistiu ao sofrimento dos jovens acusados injustamente de um estupro, no Central Park, em Olhos que condenam; o assustador acidente nuclear de 1986, retratado em Chernobyl; e a difícil história de uma menina que foi desacreditada após sofrer um abuso sexual, em Inacreditável. No formato das séries, destaque para o humor inteligente e real de atrações como Fleabag, Boneca russa, Sex education e The boys. No fim do ano, ainda teve tempo para Watchmen e His dark materials roubarem a cena. No cenário brasileiro, o público aplaudiu Segunda chamada, Sob pressão (na temporada que era de adeus), Sintonia e Coisa mais linda.
Negativo
Porém, nem tudo foi perfeito. O ano ficou marcado pelo final de Game of thrones. Após anos de sucesso, a série amargou um encerramento pífio, que deixou boa parte dos fãs decepcionada. Outras atrações aguardadas também deixaram a desejar. Foi o caso de Big little lies, que voltou agora como série, para uma temporada desnecessária. As atuações, em geral, até foram boas, mas o enredo se mostrou sem sentido de um retorno. La casa de papel também foi outra série que poderia ter ficado sem uma parte 3. Diverte, mas não entrega nada de novo. Entre as apostas do ano, a série policial Whiskey Cavalier não convenceu e, logo, foi cancelada. No time dos brasileiros, quem mandou mal em 2019 foi O escolhido e Eu, a Vó e a Boi, tramas que reservavam uma expectativa.
Atores e atrizes
Positivo
O ano foi dos coadjuvantes na tevê aberta. Mesmo com as protagonistas Grazi Massafera e Glória Pires indo bem em Bom Sucesso e Éramos seis, respectivamente, os periféricos chamaram mais a atenção nas novelas. Destaque para Malvino Salvador, Paolla Oliveira, Agatha Moreira e Nathalia Dill (A dona do pedaço), para a dupla Armando Babaioff e Fabíula Nascimento (Bom Sucesso), para Carol Macedo (Éramos seis) e para Jessica Ellen (Amor de mãe). Nas séries nacionais, o ano foi de Débora Bloch (Segunda chamada) e Marjorie Estiano (Sob pressão), merecidamente indicada ao Emmy internacional. Andreia Beltrão também apareceu muito bem como Hebe na minissérie homônima. No mundo das produções internacionais, o ano foi de Phoebe Waller-Bridge, de comédia britânica Fleabag. Entre os homens, o destaque foi para Jharrel Jerome (Olhos que condenam) e Jared Harris (Chernobyl).
Negativo
O que fizeram com os mocinhos este ano? Os da tevê aberta merecem ser esquecidos. Marcos Palmeira (A dona do pedaço), Rafael Vitti (Verão 90), Gabriel (O sétimo guardião), Rômulo Estrela (Bom Sucesso)… é uma sucessão de erros. Entre as mulheres, Juliana Paes ficou devendo com sua Maria da Paz (A dona do pedaço) e o furacão Susana Vieira está apagadinho em Éramos seis. No mundo das séries, o elenco de Game of thrones deixou a desejar. Em uma temporada bastante duvidosa nomes como Kit Harington e Lena Headey, que tinham oportunidade de brilhar como Jon Snow e Cersei Lannister, nada fizeram. E, a pouco tempo do fim de 2019, Henry Cavill chamou atenção negativamente por uma atuação digna de “Cigano Igor” em The witcher.