Reality 24 horas pra redecorar ganha versão com profissionais na disputa

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Nova temporada do 24 horas pra redecorar traz arquitetos e decoradores mudando a própria casa. Leia entrevista com o apresentador Renato Mendonça!

“Casa de ferreiro, espeto de pau”. O ditado popular é usado pelo arquiteto Renato Mendonça para explicar a nova temporada de 24 horas pra redecorar, reality cuja nova temporada ele apresenta a partir das 21h20 desta segunda-feira (23/11) no Discovery Home & Health. Isso porque, desta vez, Renato vai reformar a casa de colegas arquitetos e decoradores, no spin-off 24 horas pra redecorar: Profissionais.

“As casas dos arquitetos precisam, sim, de ajuda, de reforma porque, mesmo sendo uma casa legal e bonita, a gente muda. Nós evoluímos e a casa não pode ficar para trás nessa história”, afirma Renato, que está passando por uma reforma na própria casa que o deixará pelo menos três meses morando fora. Ele explica que, para garantir a diversidade de projetos, foram selecionados “vários tipos de profissionais, desde a arquiteta que acabou de sair da faculdade até um que já está no mercado há mais tempo, mas trabalha mais com obra do que com projeto. Tem outros que trabalham em outras regiões, então trazem uma cultura diferente.”

Por causa da pandemia do novo coronavírus, Renato não pôde estar presencialmente nos locais que foram reformados em 24 horas pra redecorar. E o arquiteto conta que esse foi o maior desafio da temporada. “A temporada foi extremamente desafiadora. Não deixou de ser divertida, mas foi muito mais desafiadora. A minha indisponibilidade de estar com eles dificulta qualquer tipo de benfeitoria que a gente possa fazer. Às vezes para ter um bom resultado no vídeo, a gente precisa ter uma boa composição de quadros. Isso é completamente desafiador: a compreensão do outro frente a minhas orientações. A gente teve momentos de muito riso, mas de muito nervoso também”, comenta.

Outro grande obstáculo é o tempo, inimigo bastante comum nesse tipo de reality. “O tempo é um grande obstáculo, sim. Mais do que isso é a programação de atividades dentro de um curto período de tempo, o que significa cronograma afinado. Só que elas não podem se esquecer de que o tempo é limitado e que isso pode prejudicá-las no futuro, seja pela entrega incompleta, seja pela baixa qualidade na execução”, explica.

Com tantos desafios e possibilidades de imprevistos, sobra muito tempo para aprendizados de Renato. Na verdade, ele conta que essa temporada reforçou uma lição: a atenção ao outro. “Se for simplesmente julgar um projeto como bom ou ruim talvez eu não entenda realmente quem está ali, pois tudo que foi apresentado é reflexo de uma criação. A gente tem que ouvir muito mais do que insistir numa proposta”, ensina.

Entrevista// Renato Mendonça

Qual é o principal desafio dessa nova temporada de 24 horas pra redecorar?
O maior desafio da temporada é conseguir passar as instruções ou otimizar o resultado estando distante, é não estar presente. Quando a gente está presente, a gente ganha mais tempo na obra, na dinâmica. Eu sei o que fica bom, como valorizar um canto ou outro. Além disso, a gente tem a limitação de câmera. Eu gosto de ter a compreensão do ambiente 360 graus. Isso traz uma sensibilidade ao projeto. Nem sempre as pessoas que estão lá para fazer a obra têm a visão do todo por já estarem habituados a morar dentro daquele cenário. Quem vê de fora pode atribuir novos valores ao projeto, mas para isso a gente precisa ter a compreensão do todo. Então fiquei o tempo todo ansioso para ser claro para podermos chegar ao melhor possível daquele projeto.

O tempo é o grande obstáculo a ser vencido no programa?
O tempo é um grande obstáculo, sim. Mas, mais do que isso é a programação de atividades dentro de um curto período de tempo, o que significa cronograma afinado. Quando a gente tem a oportunidade de fazer um trabalho como esse, participando de um programa em que você ganha uma reforma completa, é natural que as pessoas queiram fazer tudo que elas podem fazer, tudo que elas têm em mente e nunca conseguiram colocar em prática. Só que elas não podem se esquecer de que o tempo é limitado e que isso pode prejudicá-las no futuro, seja pela entrega incompleta, seja pela baixa qualidade na execução. Isso é uma coisa que a gente quer evitar.

O fato de os participantes serem profissionais da área tornou os projetos mais interessantes?
A gente teve todo tipo de projeto, até porque tivemos vários tipos de profissionais, desde a arquiteta que acabou de sair da faculdade até um que já está no mercado há mais tempo, mas trabalha mais com obra do que com projeto. Tem outros que trabalham em outras regiões, então trazem uma cultura diferente. Isso tudo tem que ser compreendido, mas, principalmente, respeitado. Isso torna os projetos muito particulares. O que eu pude perceber ー e isso me desperta interesse ー foi a diferença de arquitetura de entendimento de casa, de composição de cores, de como você pode se sentir bem num determinado espaço.

Alguma família te chamou mais a atenção? Porque?
Teve um participante que me chamou muito a atenção. Foi um projeto que não tinha uma identificação imediata comigo. A pessoa que estava concorrendo com ele tinha um projeto redondo e foi uma disputa acirradíssima porque os times eram competitivos. De um lado, uma competitividade extrema, do outro, uma mais leve, bem humorada. O bom humor ali era evidente e, até pela arquitetura que estava sendo desenvolvida. Foi uma casa que, aos 45 minutos do segundo tempo, me surpreendeu.

Porque não houve essa identificação imediata?
Porque era um excesso de texturas e de cores, uma composição inusitada na qual eu não acreditei, mas o resultado final foi muito positivo.

O público às vezes pensa que casas de arquitetos e decoradores não precisam de ajustes. A temporada veio para mostrar que não é bem assim, não?
Aqui cabe aquele famoso ditado “casa de ferreiro, espeto de pau”. (risos) Não deveria ser assim, mas acho que é com todos. A gente trabalha muito mais para os outros do que para nós mesmos e quando o arquiteto tem que desenvolver a própria casa não é simples. É bem difícil porque a gente tem acesso a muitas informações, a muitas novidades do mercado, a todos os preços e isso nos traz algumas decisões importantes. As casas dos arquitetos precisam, sim, de ajuda, de reforma porque, mesmo sendo uma casa legal e bonita, a gente muda. Nós evoluímos e a casa não pode ficar para trás nessa história.

Você mudaria alguma coisa na sua casa? O que?
A minha casa está completamente destruída, só tem a casca. (risos) Quando a pandemia começou eu senti a necessidade de a casa me atender melhor em algumas funções, com atividades que não eram exercidas dentro de casa antes, como o próprio trabalho. A iluminação era inadequada, as paredes amarelinhas, o piso já estava danificado, falta de tomadas. E por aí vai. Decidi, então, que faria um grande projeto para a minha casa, atendendo as minhas necessidades. Isso tem 2 meses. A quebradeira foi tanta que tive que sair de casa e devo voltar em 1 mês.

Você acaba levando algum aprendizado do programa para um projeto profissional fora das telas?
Eu sempre tive muito respeito pelo meu cliente e pela forma que ele entende a casa, pelas limitações que ele tem, seja financeira, seja de entendimento do projeto. Nesse momento cabe esse reforço de que a gente tem que compreender o outro antes de tentar colocar algo novo. Às vezes o cliente não está preparado para o novo e isso não quer dizer que ele não tenha gostado, mas talvez que ele não tenha conseguido entender a nova proposta. Isso reforça um aprendizado profissional: a atenção ao outro. Se for simplesmente julgar um projeto como bom ou ruim talvez eu não entenda realmente quem está ali, pois tudo que foi apresentado é reflexo de uma criação. A gente tem que ouvir muito mais do que insistir numa proposta.

Para você essa temporada foi mais divertida e/ ou desafiadora?
A temporada foi extremamente desafiadora. Não deixa de ser divertida, mas foi muito mais desafiadora. A minha indisponibilidade de estar com eles dificulta qualquer tipo de benfeitoria que a gente possa fazer. Às vezes para ter um bom resultado no vídeo, a gente precisa ter uma boa composição de quadros. Mas a pessoa que está vivendo aquilo, com um cronograma super apertado, contagem regressiva, sob pressão pode posicionar objetos de maneira errada. Só que a casca sendo boa e os objetos que compõem o ambiente não estarem adequados ao espaço faz com que a pessoa perca a oportunidade de ser selecionada como o melhor projeto. Isso é completamente desafiador: a compreensão do outro frente a minhas orientações. A gente teve momentos de muito riso, mas de muito nervoso também.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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