realismo fantástico Crédito: TV Globo/Divulgação

Realismo fantástico está de volta à TV! Confira novelas do gênero

Publicado em Novela

Estreia de O sétimo guardião na Globo marca a volta do realismo fantástico à televisão brasileira

“Comecei a perceber que a realidade estava ficando dura demais, e que nenhuma ficção poderia competir com isso”. Essa foi a premissa que levou o autor Aguinaldo Silva a voltar a escrever uma obra no gênero do realismo fantástico (ou mágico, como também é conhecido o estilo) depois de 17 anos da última empreitada no formato em Porto dos Milagres.

Com o conceito em mente, o autor criou O sétimo guardião, trama das 21h que estreia na segunda-feira (12/11) no lugar de Segundo sol e que vai abordar a história da fictícia cidade de Serro Azul, vizinha de duas outras cidades que ficaram marcadas na história da televisão, do realismo mágico e da carreira do escritor: Greenvile e Tubiacanga, cenários de A indomada (1997) e Fera ferida (1993), respectivamente.

O ponto chave de O sétimo guardião tem como base algo extremamente real e atual: o valor da água no planeta Terra. Porém, na trama, a importância da água é mostrada sob o ponto de vista de uma fonte com propriedades de cura e rejuvenescimento, que é guardada por sete guardiões, sendo um deles o guardião-mor. São eles: o prefeito Eurico (Dan Stulbach), o mendigo Feliciano (Leopoldo Pacheco), o médico José Aranha (Paulo Rocha), o delegado Joubert Machado (Milhem Cortaz), a esotérica Milu (Zezé Polessa), a cafetina Ondina (Ana Beatriz Nogueira) e o solitário Egídio (Antonio Calloni), que vive acompanhado do misterioso e mágico gato Léon.

Crédito: João Cotta/Globo. Luz ( Marina Ruy Barbosa ) e o gato misterioso Léon em O sétimo guardião

“Quando comecei a pensar nesta novela, me veio essa questão do valor da água e o fato de que, em breve, ela vai se tornar o bem mais precioso do planeta. Ao mesmo tempo, eu já vinha tendo a vontade de retornar ao realismo mágico, então criei essa fonte protegida por sete guardiões e a história de amor de Luz (Marina Ruy Barbosa) e Gabriel (Bruno Gagliasso)”, explica Aguinaldo Silva em material de divulgação da novela.

“Serro Azul é uma cidade que parou no tempo. O desafio desse figurino é colocá-la entre Tubiacanga e Greenvile, num lugar que não chegou a televisão nem a internet. Para as pessoas acreditarem nessa história, a gente criou uma estética que fica entre o realismo mágico e o real”, emenda Natália Duran Stepaneko, responsável pelos figurinos da novela.

História de amor

Dentro desse contexto, a história do folhetim tem início quando Léon, o gato de Egídio, desaparece de Serro Azul. A situação alerta o guardião-mor de que a morte se aproxima e o animal está em busca de uma nova pessoa para assumir o cargo no lugar do dono. De forma mágica, Léon aparece em São Paulo e acaba conduzindo Gabriel, que estava com casamento marcado com Laura (Yanna Lavigne), de forma inesperada para Serro Azul.

Após abandonar a noiva e irritar a mãe Valentina (Lília Cabral), Gabriel sofre um acidente no caminho para a cidade, onde conhece Luz, uma jovem misteriosa e que tem uma relação de proximidade com Léon, que o socorre. É a partir daí que a trama inicia a história de amor entre Luz e Gabriel, que terá um papel importante na narrativa dos guardiões da fonte de Serro Azul.

Essa é mais uma dobradinha entre Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa, que aparecem regularmente na televisão em propagandas de uma marca de carro e também estão na telona no filme Todas as canções de amor. “A parceria de longa data ajuda, mas não faz com que um papel seja semelhante ao outro. É muito fácil trabalhar com a Marina, pois ela é uma artista muito dedicada e estudiosa. Cada trama traz um enredo diferente, apesar do contexto romântico, mas são papéis diferentes. Ser ator é isso, é fazer de cada personagem único”, revela Gagliasso ao Correio.

A novela conta com grandes nomes no elenco como Tony Ramos (Olavo), Nany People (Marcos Paulo), José Loreto (Júnior), Caio Blat (Geandro), Leticia Spiller (Marilda), Carolina Dieckmann (Afrodite), Marcelo Serrado (Nicolau), Vanessa Giácomo (Stella) e Elizabeth Savalla (Mirtes).

Conheça outras produções que se inspiram no realismo fantástico

Saramandaia (1976 e 2013)
Exibida em duas oportunidades, em 1976 e em 2013 (em formato remake), a trama de Saramandaia se passava no município fictício de Bole-Bole. A história tem início quando a cidade tem um plebiscito para mudança de nome comandando por com duas facções: os tradicionalistas e os mudancistas. De Dias Gomes, nas duas versões, o realismo fantástico foi retratado por meio de personagens que voavam ou até que explodiam de tanto comer como Dona Redonda, que foi vivida por Wilza Carla e Vera Holtz em cada uma das novelas.

Fera ferida (1993)
Baseada no universo de Lima Barreto em obras como Clara dos Anjos e Triste fim de Policarpo Quaresma, a novela de Aguinaldo Silva começa quando o prefeito da fictícia Tubiacanga, Feliciano Mota da Costa, acredita que a cidade esconde minas de ouro preciosas. Para provar, ele decide colocar em praça pública uma brilhante pepita que causa alvoroço entre a comunidade. O gênero se mostra, principalmente, em papéis de Edson Celulari, Flamel, um homem que consegue transformar ossos humanos em ouro, e de Claudia Ohana, Camila, que entrava em sono profundo e dormia anos a fio.

A indomada (1997)
Escrita por Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, a novela retrata a cidade fictícia de Greenvile, construída no litoral de Pernambuco inspirada na antiga Inglaterra. Por conta disso, a população segue a risca tradições britânicas e mistura o português e o inglês. O principal arco da trama é a proibida história de amor entre Eulália (Adriana Esteves) e Zé Leandro (Carlos Alberto Riccelli), que causa um problema para a cidade. A fantasia aparece em situações como a lua cheia que exercia poder sexual em Scarlet (Luiza Tomé) e atraía o Cadeirudo.