Eles voltaram e com vontade de ficar. Will & Grace, criada por David Kohan e Max Mutchnick, retornou a tevê aberta norte-americana após mais de 11 anos do fim. A história, que quebrou barreiras em relação a representatividade da comunidade LGBT, voltou com força total: piadas ácidas, dinâmica entre os quatro protagonistas e o elenco icônico, composto por Debra Messing, Eric McCormack, Megan Mullally e Sean Hayes.
Eu não sei exatamente como a NBC conseguiu esse feito, sabe-se apenas que o elenco se reuniu para um especial para o YouTube, de 9 minutos, no ano passado (2016). O vídeo alertava sobre a importância de ir votar. No ano seguinte, o quarteto da sitcom estava no ar com a produção seriada.
O retorno de Will & Grace
O episódio de estreia do revival mostrou que a produção não foi revivida só para a extração das últimas moedas. A história apresentada para reintroduzir o público ao universo de Will & Grace decidiu apostar no máximo do deboche.
Ao explicar para Karen, que teve um pesadelo sobre os últimos 11 anos, quais eram as atualizações da vida de cada um, os personagens, literalmente, olharam para câmera e passaram a clara mensagem: nada tinha mudado na vida deles, tudo devia seguir como sempre seguiu. E assim o episódio continuou.
Enquanto Grace redecorava o salão oval e Will se encontrava com um deputado bonitão, a série demarcou o alvo para o piloto: o presidente Donald Trump. As piadas transitaram em algo que o público já viu em redes sociais (como a comparação de um salgadinho cheetos ao tom de pele de Trump), mas também contextos mais originais e divertidos (como a representação de Melania Trump por meio da amizade com Karen). O fato é que tratar de política deu um tom ainda mais atual a série histórica e a manteve muito mais interessante, principalmente, dentro de um contexto de produções de entretenimento que pouco questionam a vertente política mundial hoje em dia.
Altos e baixos de Will & Grace
Outro ponto que vale a pena ser comentado é o quanto a série se preservou em relação a conteúdo e divulgação. É muito comum que uma sitcom simplesmente perca toda a graça por conta das prévias de seus pontos altos. Porém, Will & Grace se limitou a reproduzir trechos pontuais em trailers e participações em talk-shows, o que manteve o enredo inédito para o espectador.
Em contrapartida, uma coisa me incomodou: a sensação de que tanto Will, quanto Grace, Karen e Jack estão presos em uma versão pós-adolescentes da década de 1990. Sim, eu entendo que essa fase tem muito mais enredos disponíveis (relacionamentos, descoberta profissional, descoberta pessoal, etc), mas o tempo passa e seria bom ver os quatro personagens lidando com problemas mais “reais” para a sua faixa etária.
Uma série que quebrou barreiras inimagináveis em relação à tolerância, e quebrou barreiras até mesmo tecnicamente (ela foi a única produção cômica em formato sitcom da história em que todos os protagonistas ganharam prêmios Emmy – Courtney Cox foi a atriz que “impediu” Friends de alcançar o mesmo patamar), ainda mostra que tem fôlego para falar, principalmente o mundo precisa ouvir hoje, ainda mais do que na década de 1990.
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