Programa Encrenca completa três anos como um dos carros-chefes da programação da Rede TV
Foi por indicação do filho e do enteado que Marcelo de Carvalho, vice-presidente da Rede TV, conheceu o programa de rádio Quem não faz toma, líder de audiência em São Paulo. Não demorou muito para que, com visão empresarial, Marcelo convidasse os apresentadores Tatola Godas, Dennys Motta, Ricardo Mendonça e Angelo Campos para apresentar um programa de tevê.
Assim nascia o Encrenca, que recém-completou três anos no ar, sendo exibido sempre aos domingos, às 20h. “Estreiamos no meio da Copa de 2014, em dia de jogo. Já pensou? Achei que tinha ido mal quando vi os números (da audiência), mas Marcelo ligou assim que o programa terminou nos parabenizando pela estreia”, lembra Dennys Motta, em entrevista ao Correio.
O futebol parece mesmo fazer parte da história do quarteto. Foi em campo que, há mais de 20 anos, a amizade entre eles se estreitou. “A gente se reunia toda segunda-feira para jogar futebol. Depois, a convivência foi se expandindo para fora do campo. E tinha também a música que nos unia — todos nós trabalhávamos com música de alguma forma”, conta o apresentador.
É essa sintonia que sente o público que acompanha o Encrenca e garantiu à atração média de 5,3 pontos de audiência em 2016, números considerados bons para a Rede TV. “A gente se diverte tanto quanto o público, com certeza. Só mostramos vídeos e esquetes que acreditamos”, garante Dennys que não se sente tímido diante da concorrência ferrenha dos domingos na tevê aberta. “Tem gente que faz tudo pela audiência. A gente não é assim.
Quando descobri que o Encrenca ia ao ar aos domingos logo pensei na família reunida em frente a televisão. Não levo ao ar nada que não deixaria meu filho ver”, garante.
Outra marca do Encrenca é a espontaneidade, que se evidencia pela falta de roteiro. “A gente não tem um roteiro, somos caras de pau. Caras de pau responsáveis, claro! O diretor (Ricardo de Barros) fica com um espelho e um de nós com o ponto eletrônico. Ele nos orienta na hora sobre o quadro que irá ao ar. A gente já assistiu a tudo, participou da edição. Mas não sabe a ordem que serão exibidos”, esclarece Dennys, que acrescenta, aos risos: “a gente adora aquelas bobeiras e ri de novo mesmo”.
Herança do Encrenca vem do rádio
Quando o Encrenca estreou, nenhum dos quatro apresentadores tinham experiência na televisão. Mas sobrava estrada no rádio. Por isso, nada mais natural que viesse dali uma das características mais marcantes do programa: a interação com o público. “Nosso diálogo com o público nem é indireto. É direto mesmo. Acho que cerca de 90% dos nossos quadros contam com a participação de quem está nas ruas ou em casa, sendo participando das enquetes, sendo mandando piadas e vídeos para o quadro Zap zap”, comenta Dennys. Além do Zap zap, outros quadros cativos são Cantadas do Carlão e Dez ou água. Mas a menina dos olhos é mesmo o Fuçadas na rede, único que está no programa desde a estreia.