sogra A sogra que te pariu

Produções brasileiras dominam o streaming no início de 2023

Publicado em Streaming

Em um mês em que o Brasil se faz muito presente no streaming, a Revista conversou com atrações de três dos maiores lançamentos nacionais nas plataformas

Por Davi Cruz*, Isabela Berrogain e Pedro Ibarra

O Brasil começou a todo vapor o ano 2023 nos streamings. Com muitos lançamentos, o mercado on demand de séries e filmes está consolidado e há opções para todo tipo de gosto. Da comédia ao drama, passando pelas biografias, documentários e até produções mais experimentais.

O mês de abril tem Brasil em vários streamings e o Próximo Capítulo conversou com os responsáveis por três produções de muito sucesso entre os brasileiros. A comédia estilo sitcom de Rodrigo Sant’Anna, na Netflix, a novela de sucesso de João Emanuel Carneiro, no Globoplay, e a história da vida de Sílvio Santos, na Star+ , vão dar o que falar e os atores e autores contam agora um pouco mais.

Amor de sogra

Uma das principais estreias brasileiras no streaming em 2022 ganha sequência em 2023. A sogra que te pariu chega para a segunda temporada na Netflix na próxima quarta-feira. A pandemia acabou, mas dona Isadir (Rodrigo Sant’Anna) arranjou um jeito de continuar criando confusão para toda família. Mostrando que independentemente se a casa é de rico ou de pobre, o que importa é ter um espírito feliz. O lema continua sendo sobre as pessoas do subúrbio: “O asfalto é de segunda, as casas são de terceira, mas as pessoas são de primeira”.

A esperança é de uma temporada com mais piadas, mas também de mais entrosamento. “A segunda temporada é mais bem azeitada, os personagens ficam mais malucos, parece que tudo fica mais consistente”, explica Rodrigo Sant’anna, que, além de protagonista, é o autor da série. “O elenco, que já fez uma temporada, tem no olhar os códigos do outro. A gente forma uma família, que é o assunto que estamos tratando, estamos falando de família”, complementa. Sem contar que a série terá participações especiais de peso, como as de Pequena Lo e Luciana Gimenez.

Rodrigo acredita que a graça está na essência da narrativa. “Viver por um momento com a mãe ou a sogra foi a realidade de muitas pessoas na pandemia, e a sogra por si só é uma figura emblemática para todos. Por isso, fiquei tão interessado em contar essa história”, afirma o artista, que atribui a alegria do novo ano à espontaneidade. “Espontaneidade é sinônimo de frescor”, explica.

O autor aproveita para agradecer o carinho e a oportunidade de dar continuidade a esses personagens. “Fico muito feliz e grato que o público gostou, assistiu e possibilitou uma nova temporada. Quero festejar essa oportunidade”, diz. Sant’Anna lembra com muito orgulho que chorou ao saber que a série tinha sido renovada e só espera abraçar a chance e entregar o melhor que pode. “Tem muitas coisas acontecendo no Brasil, então, ter mais uma chance de contar nossa história… Ô glória!”, comemora.

A segunda primavera

Para os noveleiros de carteirinha, a espera acabou. Estreou, na última quarta, a segunda fase da primeira novela Original Globoplay Todas as flores, com liberação de cinco capítulos por semana, sempre às quartas, no streaming. A produção será exibida na tela da Globo, na TV aberta, no segundo semestre.

A trama é criada e escrita por João Emanuel Carneiro com direção artística de Carlos Araújo, além de ser recheada de atores renomados, como Sophie Charlotte, Regina Casé, Mariana Nunes, Letícia Colin, Humberto Carrão, Fábio Assunção, Nicolas Prattes e Camila Alves, também consultora da novela.

À imprensa, Regina Casé aproveitou para comentar sobre a experiência do lançamento no streaming. “Achava que não teria esse ‘boom’ que teve. Com certeza será estudada como um ‘case’, por conta desse ineditismo”, a artista se surpreendeu. “Isso é interessantíssimo, já que estamos apenas engatinhando nesse modelo. O brasileiro é mesmo danado no audiovisual!”, completou.

Letícia Colin declara que a dobradinha de vilãs, mãe e filha, foi uma grande sacada do autor. E acrescentou que recebe frases maravilhosas e surpreendentes dos fãs. “Teve uma vez que chegaram em mim e disseram: Eu odeio você! Mas pode tirar uma foto comigo?. Fazer essa novela foi uma experiência única na minha vida”, finalizou a artista.

O verdadeiro Silvio Santos

Após o sucesso da temporada de estreia, O rei da TV, primeira telessérie biográfica de Silvio Santos, retorna ao Star com novos episódios que retratam alguns dos maiores acontecimentos da vida e da carreira do apresentador. A narrativa retorna a 1989, com a candidatura de Silvio à Presidência da República, que culminou na batalha do empresário para transformar o SBT no canal mais assistido do Brasil.

“As pessoas sabem que o Silvio se candidatou à Presidência, mas não lembram como era o sentimento que ele depositou na campanha; se era uma coisa aproveitadora ou se era uma pessoa que realmente tinha uma preocupação social. Relatar isso de uma forma isenta, mas ao mesmo tempo dando às pessoas a oportunidade de julgar, foi uma dificuldade, um desafio gostoso de assumir”, analisa José Rubens Chachá, responsável por dar vida ao apresentador na série. “São cenas que estão muito vivas na memória, então tudo isso traz uma riqueza maior para a série”, opina Leona Cavalli, que faz o papel de Íris Abravanel.

Apesar de grande parte da história de Silvio fazer parte do imaginário brasileiro, a série buscou retratar momentos desconhecidos por muitos, como a separação de Silvio e Íris, que aconteceu devido a um caso extraconjugal que veio a público. “A Íris sempre foi uma mulher muito forte e que compreende a posição artística do marido e dá uma certa carta branca para ele fazer as ‘aprontadas’ dele, mas, quando a coisa chegou à imprensa, ela deu um basta e eles acabaram se separando, coisa que as pessoas não sabem e que foi escondida, por algum motivo, do grande público. Agora, as pessoas vão conseguir ter acesso a essa história”, adianta Chachá.

*Estagiário sob a supervisão de Sibele Negromonte