Já pensou se você pudesse combinar a cor do cabelo com a da roupa sem estragar suas madeixas? Tia Perucas pode! A divertida personagem de Priscila Sol é um dos destaques da novela Carinha de anjo, do SBT. A repercussão é tão boa que Priscila se vê em meio a cartinhas e presentes carinhosos vindos de fãs mirins.
Em entrevista ao Próximo Capítulo, a atriz conta que se diverte com o figurino da personagem (“cada cor de peruca tem um efeito sobre mim”), fala sobre a programação infanto-juvenil da tevê brasileira e diz que sabe da responsabilidade de falar para os jovens. “Me sinto com o poder de transformar crianças em pessoas melhores, e isso não tem preço”, ressalta.
Animada com o sucesso, Priscila revela que não deve parar e vem coisa nova por aí. Mais, ela não conta. Porém, deixa no ar o desejo de ser diretora.
Como é fazer uma personagem com tanto apelo junto ao público infantil?
É uma experiência única. Acho que todo ator deveria passar por isso. A responsabilidade de trabalhar para o público infanto-juvenil é enorme, pois tudo o que dissermos ali ficará para sempre na vida das pessoas. Me sinto com o poder de transformar crianças em pessoas melhores, e isso não tem preço.
Tia Perucas troca de peruca de acordo com a roupa. Você trocaria de cor de cabelo assim, se fosse possível?
Sempre gostei de mexer no cabelo, tingir, cortar, mudar o visual, isso tudo fez parte da minha adolescência. Cabelo cresce. É uma das poucas coisas que podemos mudar sem medo de errar. Se não ficar bom, depois de um tempo ele volta a ser como era antes. O visual influencia muito no nosso comportamento. E é claro que cada cor de peruca tem um efeito sobre mim.
O SBT vem investindo forte em novelas voltadas para o público infanto-juvenil. Como você vê a programação infantil da televisão nacional?
Eu vejo de uma forma muito crescente e positiva hoje em dia. O esforço da televisão brasileira em incentivar não apenas novelas, mas vários programas e séries de cunho infantil mostram uma preocupação na formação das crianças e no aprendizado delas com o mundo a nossa volta. Somos formadores de opinião, então a frase “as crianças são o nosso futuro” não é clichê para mim. Para termos um mundo melhor, precisamos formar crianças melhores.
As crianças te reconhecem na rua?
Nem sempre. Quando estou sem peruca, viro outra pessoa. As crianças geralmente me reconhecem pela tatuagem ou quando escutam a minha voz e daí ligam a pessoa à personagem. Elas têm uma reação diferente de quando me veem caracterizada. É uma loucura, elas gritam, choram, esperneiam, se emocionam… é uma abordagem muito diferente de tudo o que eu já vivi. É lindo e fico muito feliz com esse reconhecimento.
Gravar com crianças deve ser divertido, mas, ao mesmo tempo, deve render situações engraçadas ou curiosas. Você se lembra de alguma?
Ah, temos várias! (risos). As crianças são naturalmente curiosas e perguntam mesmo, sobre tudo. Temos que fazê-las entender que o beijo na cena não tem nada a ver com a vida real, por exemplo. Com a Lorena Queiróz (Dulce Maria) são várias, inclusive. Ela é uma menina superquestionadora, observadora e inteligente. Entende tudo muito rápido. De qualquer forma, nós temos sempre uma psicóloga acompanhando as cenas, assim ela também nos auxilia o que responder quando a pergunta é mais profunda (risos). O SBT tem um cuidado muito grande com todos do elenco, principalmente as crianças.
Você raspou a cabeça para a tia Perucas. Como fica a vaidade de uma atriz?
Ela não fica abalada, não! Eu acredito que faz parte de nosso trabalho sempre estar aberto às mudanças e ao novo. Ser atriz é isso: sempre estar disposta a embarcar de cabeça nos papéis que recebemos, com o coração aberto e com a busca por aprendizado.
Você participou de Descolados, da MTV, e de A segunda vez, do Multishow, e do filme Laura, gravado a partir de mídias eletrônicas. Como vê essa nova fase do audiovisual em que a televisão aberta não é mais o único campo e linguagem para o ator?
Eu acho muito bacana, pois abre um caminho que antes era mais restrito. Os artistas têm mais oportunidades e acredito que é uma tendência que só tem a crescer. A mudança faz parte da vida de todos, principalmente dos atores. É natural. Acaba sendo uma nova possibilidade de atuar, com uma visão mais interativa, algo que dá ao ator uma gama infinita de possibilidades.
Você faz cinema tanto quanto tevê. Qual você prefere?
Eu faço de tudo. Não tem como escolher, trabalho é trabalho. Sou uma atriz em busca de personagens interessantes, que me desafiem e me façam crescer profissionalmente. Não importa o veículo ou a emissora.
Pretende se arriscar na direção ou produção?
No começo do ano passado, dois amigos me chamaram para dirigi-los no teatro. Estávamos começando a nos encontrar quando eu peguei a novela! Daí ficou impossível conciliar as duas coisas. Acabei adiando esse sonho e eles continuaram o projeto sem mim. Mas com certeza eu ainda vou arriscar na direção.
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