Durante quase um ano, carnavalescos e suas equipes se debruçam sobre aquele momento que dura pouco mais de uma hora: o desfile das escolas de samba. A partir desta sexta-feira (9/2), as escolas dos grupos especiais de São Paulo e do Rio de Janeiro pisam a avenida.
Em algumas delas, personalidades ou personagens da TV foram escolhidas para serem homenageadas este ano. Em São Paulo, a Unidos de Vila Maria fecha os desfiles no sambódromo do Anhembi, no sábado (10/2). Composto por Dudu Nobre, Rafael do Cavaco, Pepê Niterói, André Diniz, Turko, Maradona, Diego Nicolau, Evandro Bocão e Marcelo Nunes, o samba presta homenagem ao México e aos personagens de Roberto Bolaños, como Chaves e Chapolin Colorado.
O enredo é Aproveitam-se de minha nobreza, você não soube, não te contaram? Suspeitei desde o princípio. Não contavam com minha astúcia. Arriba, Bolaños, Arriba Vila, Arriba México! e a letra tem trechos que dizem “’Sigam-me os bons/ pro berço que abrigou as civilizações/ os maias e astecas … Quantas tradições!” e “Violeiro… Ao som de maracas!/ De sombreiro … alegria eu quero mais!/ ‘Sem querer querendo, celebrando essa união!”. No final da letra, os compositores chamam o público e o “menino do barril” para cantar na avenida “com muita astúcia”.
No Rio de Janeiro, duas escolas levam personalidades das telinhas para a Marquês de Sapucaí. Quinta escola a desfilar no domingo (11/2), a Acadêmicos do Grande Rio se rende a um dos mais importantes comunicadores do Brasil: Chacrinha, que completaria cem anos em 2017 e ganhou especial na Globo para lembrar a data. Seguindo o enredo Vai para o trono ou não vai, o público vai lembrar de programas de Chacrinha desde a era do rádio. Uma polêmica envolvendo a escola é que Rita Cadilac foi a única das chacretes convidadas a desfilar. Ficou chato, Grande Rio!
A escola é conhecida por levar famosos à avenida. A rainha da bateria Juliana Paes, Stepan Nercessian, Erika Januza, Carla Diaz, Thaila Ayala, Renato Góes e Monique Alfradique são alguns nomes esperados.
Composto por Edispuma, Licinho JR., JL Escafura, Marcelinho Santos, Gylnei Bueno e Hélio Oliveira, o samba lembra o lado tropicalista e os bordões do Velho Guerreiro (“Eu não vim para explicar, vou te confundir/Se eu buzinar… leva o troféu abacaxi”). Refrões de músicas famosas que o público do Cassino ouvia também são lembrados (“Quero vê-la sorrir, “quero vê-la cantar/ Se é Maria ou João deixa pra lá”).
Carnavalesco de outros anos, o ator e autor Miguel Falabella será o homenageado da Unidos da Tijuca, escola que abre os trabalhos na Sapucaí na segunda-feira (12/2). O enredo é Um coração urbano: Miguel, o arcanjo das artes, saúde o povo e pede passagem.
O samba, de Totonho, Mart’nália, Dudu, Marcelinho Moreira e Fadico, infla o ego do homenageado, o chamando de “príncipe”, “sonhador” e “gênio das artes”, entre outras loas. Um dos trechos diz “Oh mestre da arte de contracenar/É lindo ver seu brilhantismo em tantas criações/ roteiros, personagens, portal de grandes tentações” e lembra atrações da TV e do teatro ー “O carnaval, um Toma lá dá cá de gente bamba/ Que tira o pé na cova quando samba/ Partilha essa alegria na Sapucaí/ Sai de baixo chegou a hora, é a vez do povo do Borel/ Em forma de samba, a nossa homenagem a você, Miguel”.
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