A Netflix encontrou a galinha dos ovos de ouro quando estreou no catálogo em 2018 o romance Para todos os garotos que já amei, versão adaptada do livro homônimo de Jenny Han, que abriu as portas para uma série de longas-metragens do gênero produzidos pela plataforma. Sucesso entre o público, o filme ganhou uma sequência, intitulada Para todos os garotos: P.S. ainda amo você, que estreia em 12 de fevereiro no streaming.
A produção segue a saga da protagonista Lara Jean (Lana Condor), que, agora engatou um romance de verdade com Peter Kavinksy (Noah Centineo). Se no primeiro filme, o público viu os personagens se apaixonarem, na sequência, o espectador verá o relacionamento se desenvolver, e, com isso, todos os conflitos, os dramas — por exemplo, a insegurança em relação a ex dele, Gen (Emilija Baranac) — e os lados positivos de um namoro sério.
Já não bastasse o fato de Lara Jean estar aprendendo a lidar com o primeiro namoro, a personagem está dividida no segundo filme. Isso porque John Ambrose (Jordan Fisher), um dos antigos amores da jovem, reaparece. Primeiramente por meio de uma carta, respondendo a enviada no primeiro longa. Depois, por um acaso da vida que une novamente os personagens.
A chegada de John Ambrose, com quem Lara Jean tem tanto em comum, abala o romance dela com Peter. Em P.S. ainda amo você, a protagonista fica dividida entre os dois amores, ao mesmo tempo em que precisa aprender a lidar com o amadurecimento da vida de uma jovem mulher.
O segundo longa da franquia mantém o que encantou os fãs lá atrás: a força de um romance avassalador. Peter e Lara Jean continuam sendo aquele casal apaixonante. Mas o grande acerto da produção é começar a retirar o endeusamento em relação aos dois, mostrando que eles terão sim que enfrentar problemas, como qualquer casal da vida real.
Como a premissa do filme diz, Lara está dividida entre dois amores. E isso é outro ponto positivo do longa. Mesmo com uma trama óbvia, a narrativa consegue deixar o espectador dividido, torcendo para ambos em momentos distintos da história, numa sensação quase de flasback dos momentos áureos da saga Crepúsculo. Também traz algo instigante: é difícil saber até o final com quem Lara Jean ficará.
Pode parecer contraditório, mas, neste filme, Lara Jean ganha um aprofundamento na trama pessoal. Mesmo sendo a protagonista, no primeiro longa, a impressão era de que a personagem estava um pouco de lado para que a história ficasse apenas no romance. Agora, os conflitos dessa jovem mulher começam a aparecer para além do amor, como a questão da relação com o próprio corpo e até com a ex-amiga Gen, assim como a falta que sente da mãe.
Outras personagens femininas ganham mais tempo de tela, como Christine (Madeleine Arthur), e outras duas novas personagens que agregam muito ao filme: Stormy (Holland Taylor), a idosa que se torna amiga de Lara Jean quando ela vira voluntária de Belleview — seguindo os passos da irmã Margot –, e Trina (Sarayu Blue), vizinha dos Corvey e que tem um papel importante na dinâmica da casa de Lara Jean. Todas essas três trazem visões diferentes para a protagonista e discussões sobre feminismo, um agregador à trama.
Os fãs de Para todos os garotos não devem se decepcionar. O segundo filme segue a fórmula do primeiro filme e ainda avança de forma positiva. Quem leu os livros pode estranhar, há algumas mudanças, porém, em sua maioria, não comprometem o desenvolvimento da história. O elenco continua carismático, assim como a trilha sonora. Que venha o terceiro filme — que já está gravado!
Além de acompanhar a pré-estreia em São Paulo, o Próximo Capítulo conversou com os protagonistas. Confira aqui a matéria completa com os dois. Abaixo, veja o que mais eles falaram da franquia!
Duas perguntas // Noah Centineo
Por que você acha que as pessoas amam tanto Peter e Lara Jean?
Acho que as pessoas amam o jeito que elas se sentem quando vêm Peter e Lara Jean juntos. Acho que Peter e Lara Jean representam o se apaixonar. Representaram segurança e proteção, no primeiro filme. No segundo filme, eles representam perseverança e tenacidade, passando pelos problemas e achando uma solução. Eles nunca fazem nada para se machucarem. Tudo que eles querem é se proteger. Acho que as pessoas buscam isso e vêm como um ideal de relacionamento, o que, de novo, é colocar num pedestal. Temos que humanizar tudo. Acho que as pessoas se sentem bem e querem se sentir bem.
Pudemos ver o amor das pessoas pelo filme na pré-estreia em São Paulo. Na sua opinião, por que as pessoas são tão apaixonadas pelo filme?
Acho que faz as pessoas se sentirem bem. Acho que nesse mundo tem muitas coisas sérias acontecendo, muita tragédia. Sempre teve, mas agora a gente vê mais. Está nas notícias, nas redes sociais, nos feeds, todo mundo está falando. É o coronavírus. É o Trump. Todas essas coisas diferentes e está todo mundo assustado. O escapismo é sempre uma parte grande da automedicação para as populações do planeta. Quando a Grande Depressão aconteceu na América, os filmes cresceram. Acho que é um momento assustador e sério, e as pessoas querem mais do que nunca escapar disso, serem entretetidas e se sentirem bem.
Duas perguntas // Lana Condor
Qual é o significado para você de ser uma protagonista de origem asiática?
Significa tudo para mim, porque eu acho que, se as pessoas podem me ver, elas percebem que podem também. Isso é o diálogo. Se você vê algo, é algo que você vai esperar. É muito importante para mim e ver as outras meninas falaram que se viram no filme, foi o mais satisfatório dessa trajetória.
Qual é a importância da Lara Jean para você?
Foram dois anos, mas sinto que essa franquia fez tanto parte da minha vida… Coloquei tudo que eu podia nesses filmes. Fiz porque acreditava na história e amava Lara Jean. Cresci muito, como ela. É especial, porque quando olho para trás, dizer adeus é difícil. Ela fez parte da minha vida, abriu tantas portas para mim. Estou muito orgulhosa do que fizemos e do trabalho de todo mundo. Coloquei tudo que podia e me importo tanto.
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