A primeira cena de Cara e coragem, nova novela das 19h, escancarou quem daria as cartas na semana inteira: Marcelo Serrado e Paolla Oliveira esbanjam química como Moa e Pat, a autora Cláudia Souto com um texto ágil e a diretora Natália Grimberg. O quarteto brilhou e faz do início de Cara e coragem um bom entretenimento, com deixas de que vem reflexão por aí.
Vivendo uma relação entre se entregar ou não à evidente paixão que os une, Moa e Pat ainda estão na seara dos bons parceiros de trabalho e amigos pessoais, cujos filhos também são os melhores amigos um do outro. Os personagens têm um quê de aventura forte, mas, assim como outros em Cara e coragem, não deixam a emoção de lado. Só ficou um tanto estranho dois dublês serem contratados para um serviço que cairia muito melhor nas mãos de agentes secretos, policiais ou detetives.
A família ocupa um grande espaço na vida dos personagens. Moa dedica todo seu tempo livre ao filho, Chiquinho (Guilherme Tavares), e agora está assombrado pela volta da ex-esposa, Rebeca (Mariana Santos), que diz querer a guarda do menino. Pat trabalha para tentar custear o tratamento de saúde do marido, Alfredo (Carmo Dalla Vecchia), cujo diagnóstico é um mistério.
Teoricamente, Cara e coragem tem mais dois personagens centrais. O Ítalo de Paulo Lessa é correto, carismático e acertadamente vem como um mocinho empoderado e muito mais batalhador do que sofredor. O ator surpreende em cena. A Clarice de Taís Araújo morre no segundo capítulo, numa trama pra lá de confusa com vários furos ー propositais ou não. A atriz tem outra personagem, Anita, parente próxima da empreguete Penha, mas que também ainda não teve muito tempo de cena. Ainda está tudo mal explicado, inclusive para o público.
O elenco ainda tem mais um destaque: Kiko Mascarenhas vem arrancando gargalhadas como o faz tudo Duarte, que se passa pelo americano Boby para enganar Gustavo (Marcello Vale) e Teca (Raquel Rocha) e entrar para a alta sociedade. Funciona, mas o ator e a autora têm que tomar cuidado para não cair na repetição e cansar. Bagagem e talento para que o erro não ocorra os dois têm.
Por outro lado, Ricardo Pereira precisa se soltar como o vilão Danilo. Mesmo se a ideia for passar tensão, o que tem ficado para o telespectador é inexpressividade. Já Ícaro Silva está no caminho inverso e precisa dosar os carões que não combinam muito com o mimado Leonardo.
A boa direção de Natália Grimberg está presente nas várias cenas de ação, nos ganchos bem executados entre um capítulo e outro. E Cláudia Souto optou por começar a novela leve, mas deixou no ar que temas como a criação de um menino apenas pelo pai e especialmente os abusos cometidos por Renan (Bruno Fagundes) dentro da companhia de dança vertical prometem levantar boas discussões.
Há de se destacar também a representatividade observada até agora em Cara e coragem. E não estamos falando apenas do número de atores negros escalados. E, sim, da importância deles na trama. Ver Clarice valorizando as gerações passadas da família dela que fundaram e tocaram a empresa ou a mãe dela, Martha (Claudia Di Moura), assumindo a presidência da empresa representa muito mais do que um quantitativo. Os personagens negros mostram a cara e têm a coragem de brilhar.
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