Opinião: Algo clichê pode ser bom?

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Esses dias me surpreendi com a repercussão da crítica do filme Annihilation (ou Aniquilação, em português), da Netflix, publicada no blog. Ao classificar o longa-metragem de Alex Garland protagonizado por Natalie Portman, como “mais uma ficção científica clichê” arranjei uma lista de haters e o que mais me chamou atenção foi o quanto o uso da palavra clichê incomodou e me fez pensar: será que tudo que é clichê é ruim?

Não mudo minha opinião sobre Annihilation — ainda acho que o maior problema do filme é cair no óbvio. Mas entendo que, às vezes, é o previsível que nos encanta. Tenho uma lista de produções, que podem ser consideradas clichês no meu ranking de favoritos. Sou uma fã de comédias românticas. Existe algo mais clichê do que isso?

A gente sabe exatamente que o mocinho vai se apaixonar pela mocinha e que eles vão ficar juntos no final. Se não ficarem é porque é uma produção ao estilo Nicolas Sparks e um dos dois vai morrer. Ou seja, a fórmula está aí e todo mundo sabe qual caminho será seguido. Então, o que fiz ali, foi identificar um trajeto recorrente de filmes de ficção científica, que o espectador assíduo e admirador desse gênero tem todo o direito de gostar — não se chateiem!

Mas é preciso pensar que há histórias em que o clichê ganha um certo refinamento e o final esperado não se torna apenas mais uma obviedade, mas a coroação de algo que queríamos que realmente acontecesse. Para isso ficar mais claro cito aqui uma série que está em seu auge no Brasil e o usa esse recurso muito bem: La casa de papel.

Crédito: Reprodução/Internet. Cena da série La casa de papel

A produção estreou este ano na Netflix e a segunda temporada chega apenas em 6 de abril à plataforma. Só que posso adiantar — pois já vi o restante dos episódios — que o final é um grande clichê. E isso é um problema? Claro que não, porque, apesar da obviedade que vem de produções parecidas (como Onze homens e um segredo), nesse caso, o caminho que leva a história até ali é repleto de reviravoltas e escolhas imprevisíveis. E não é ser surpreendido por algo que a gente quer também?

Se você ficou curioso sobre a crítica ou até mais sobre a história de Annihilation, leia aqui!

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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